Termina a greve da PM na Bahia após 12 dias

Fonte G1
A Associação dos Praças da Polícia Militar e Bombeiros do Estado da Bahia decidiu, na noite deste sábado, encerrar a greve que vigorava desde o dia 31 de janeiro de 2012. Mesmo sem uma nova proposta do governo baiano, a maioria dos PMs em greve decidiu por retomar as atividades. Pessoas ligadas à corporação disseram que uma reunião realizada entre a liderança grevista e o comando dos policiais foi decisiva pra o fim da greve. Durante o encontro, foi acertada a volta dos policiais militares ao trabalho, a anistia administrativa e o aumento escalonado da gratificação pela atividade policial 4 e 5, até 2015.

O movimento que antecipava o fim da paralisação foi iniciado ainda no final da tarde de sábado: os policiais militares em greve colaram cartazes no muro do ginásio do Sindicato dos Bancários com uma pauta de reivindicações ao governo do Estado atualizada. "Foi obtida a anistia administrativa e a PM volta a trabalhar amanhã normalmente. A maioria dos policiais é honesto e não pode ficar com a imagem maculada por alguns atos impensados", disse o deputado estadual Capitão Tadeu Fernandes, porta-voz e representante dos PMs.
Entre as condições para retornarem ao trabalho, estavam a libertação dos líderes do movimento que estavam presos e o pagamento integral do ponto de policiais que faltaram ao serviço. As propostas, no entanto, não foram aceitas.

A greve
A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro, quando os grevistas acamparam em frente à Assembleia Legislativa em Salvador e posteriormente ocuparam o prédio. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento.

A paralisação provocou uma onda de violência na capital e região metropolitana, dobrando o número de homicídios em comparação ao mesmo período do ano passado. Além de provocar o cancelamento de shows e eventos, a ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.
A paralisação buscava reivindicar a criação de um plano de carreira para a categoria, além do pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.
O Executivo estadual solicitou o apoio do governo federal para reforçar a segurança. Cerca de 3 mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) suspenda o movimento. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos, sendo que quatro foram cumpridos.
Em 9 de fevereiro, Marco Prisco, um dos líderes do movimento grevista, foi preso após a desocupação do prédio da Assembleia. A decisão ocorreu um dia depois da divulgação de gravações telefônicas que mostravam chefes dos PMs planejando ações de vandalismo na capital baiana. Um dos trechos mostrava Prisco ordenando a um homem que ele bloqueasse uma rodovia federal. 
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