O ataque terrorista à redação da “Charlie Hebdo”, em Paris

No Direito Internacional, o artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece que “todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras.”
A revista Charlie Hebdo, que sofreu um ataque terrorista na manhã desta quarta-feira, em Paris, na França, é uma publicação que mistura humor com texto de investigação e denúncia. Segundo o jornalista Juremir Machado da Silva, a revista vinha publicando charges satirizando Maomé e sofreu ataques com coquetéis molotov recentemente.  Um jornal de combate, que ataca principalmente o fanatismo religioso. Em uma “comparação bem absurda” a revista poderia ser comparada a um CQC: “mistura reportagem com humor”, explica Juremir. “É muito corrosivo ao poder e se caracteriza por um humor politicamente incorreto”, completa.
Na última capa da revista, publicada nesta terça-feira pelo Twitter, é feita uma ironia sobre o lançamento do mais recente livro de Michel Houellebecq, que ocorre nesta quarta-feira e causa grande mobilização na capital francesa. O livro, segundo Juremir, é sobre o islamismo.
A obra é uma ficção política que fala de sobre uma França islamizada em 2022, depois da eleição de um presidente da República muçulmano. Na edição da Charlie Hebdo sobre a obra, a publicação ironiza o livro do escritor francês mais famoso internacionalmente: "As previsões do mago Houellebecq: em 2015, perco meus dentes... Em 2022, faço o Ramadã!". 
De acordo com o site francês Liberation, dois homens mascarados teriam entrado no saguão do prédio da Charlie Hebdo com armamentos pesados. Ao menos 12 pessoas morrem no tiroteio, sendo dois deles policiais. Até o momento, nenhum grupo assumiu a autoria do ataque.