Mostrando postagens com marcador Conceitos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Conceitos. Mostrar todas as postagens

O batismo e o sacramento católico


Fonte: Wikipedia
O Batismo é entendido como o sacramento que abre as portas da vida cristã ao batizando, incorporando-o à comunidade católica, ao grande Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja em si. Este ritual de iniciação cristã é feito normalmente com água sobre o batizando, através de imersão, efusão ou aspersão. Ou, utilizando outras palavras do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, "o rito essencial deste sacramento consiste em imergir na água o candidato ou em derramar a água sobre a sua cabeça, enquanto é invocado o Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". O Baptismo significa imergir "na morte de Cristo e ressurgir com Ele como nova criatura".
Imagem do Google
O Batismo perdoa o pecado original e todos os pecados pessoais e as penas devidas ao pecado. Possibilita aos batizados a participação na vida trinitária de Deus mediante a graça santificante e a incorporação em Cristo e na Igreja. Confere também as virtudes teologais e os dons do Espírito Santo. Uma vez batizado, o cristão é para sempre um filho de Deus e um membro inalienável da Igreja e também pertence para sempre a Cristo.
Embora o Baptismo seja fundamental para a salvação, os catecúmenos, todos aqueles que morrem por causa da fé (Batismo de sangue), [...] todos os que sob o impulso da graça, sem conhecer Cristo e a Igreja, procuram sinceramente a Deus e se esforçam por cumprir a sua vontade (Batismo de desejo), conseguem obter a salvação sem serem batizados porque, segundo a doutrina da Igreja Católica, Cristo morreu para a salvação de todos. Quanto às crianças mortas sem serem batizadas, a Igreja na sua liturgia confia-as à misericórdia de Deus, que é ilimitada e infinita.
Idade
Na Igreja Católica, o Batismo é dado tanto às crianças como aos convertidos adultos que não tenham sido antes batizados validamente (o batismo da maior parte das igrejas cristãs é considerado válido pela Igreja Católica visto que se considera que o efeito chega diretamente de Deus independentemente da fé pessoal, embora não da intenção, do sacerdote).
Mas, a Igreja Católica insiste no batismo às crianças porque "tendo nascido com o pecado original, elas têm necessidade de ser libertadas do poder do Maligno e de ser transferidas para o reino da liberdade dos filhos de Deus". Por essa razão, a Igreja recomenda os seus fiéis a fazerem tudo para evitar que uma pessoa não batizada venha a morrer em sua presença sem a graça do batismo. Assim, embora o sacramento deva ser ministrado por um sacerdote, diante de um enfermo não batizado, qualquer pessoa pode e deve batizá-lo, dizendo "Eu te batizo, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo", enquanto que, com o polegar da mão direita, desenha uma cruz sobre a testa, a boca e o peito do enfermo.
O fato de que o batismo seja geralmente ministrado a crianças recém-nascidas, que, por isso, não estão entrando na vida cristã por vontade própria, explica que se requeira a estas pessoas a recepção de um outro sacramento, o do Crisma, quando cheguem a uma idade em que tenham discernimento e capacidade intelectual suficiente para professarem conscientemente a sua fé e decidirem se querem ou não permanecer na Igreja Católica. Se sim, então estarão, neste caso, confirmando a decisão que os seus pais ou responsáveis fizeram em seu nome no dia do seu batismo. Entretanto, como este sacramento imprime caráter, quem recebeu o batismo, independente de que o confirme ou não através do sacramento do Crisma ou Confirmação, estará batizado para sempre.
Símbolos
Na Igreja Católica, o sacramento do batismo tem vários símbolos, mas existem quatro principais, que são eles: água, óleo, veste branca e a vela. Cada um representa um mistério na vida do batizado. Além desses símbolos (que são os principais) o rito romano ainda estabelece o sal, mas este símbolo só é usado conforme as orientações pastorais das Igrejas particulares.
Vejamos os signifacados dos símbolos:
- ÁGUA = Representa a passagem da vida "pagã" para uma "nova vida". Ela tem o fator de purificação, lavando-nos do pecado original.
- ÓLEO = Representa a fortaleza do Espírito Santo. Antigamente, os lutadores usavam o óleo antes das lutas para deixarem seus músculos rígidos e assim poderem vencer. Na nova vida adquirida pelo batismo ele tem a mesma função, revestir o batizado para as lutas cotidianas contra as ciladas do malígno.
- VESTE BRANCA ou CLARA = Representa a nova vida adquirida pelo batismo. Quando toma-mos banho vestimos uma roupa limpa, no batismo não seria diferente. Somos lavados na água e vestidos de uma nova vida.
- VELA = Tem dois significados: o Espírito Santo e o dom da fé. Pelo batismo somos revestidos de muitas graças e a principal é o Espirito Santo, pois seremos unidos a Deus como filhos para ser-mos santificados e esta santificação é realizada através do Espírito Santo. A fé é um dom fundamental para nossa vida, é através dela que reconhecemos Deus e por ela recebemos as suas graças.
Os Sete Sacramentos
Os sete sacramentos marcam as várias fases importantes de vida cristã do crente, sendo estes divididos em três categorias: sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Confirmação e Eucaristia) que "lançam os alicerces da vida cristã: os fiéis, renascidos pelo Batismo, são fortalecidos pela Confirmação e alimentados pela Eucaristia";
- sacramentos da cura (Penitência e Unção dos enfermos);
- sacramentos ao serviço da comunhão e da missão (Ordem e Matrimônio).
Estes sacramentos podem ser também agrupados em apenas duas categorias:
os que imprimem permanentemente caráter e deixam uma marca indelével em quem o recebe, e que, por isso, só podem ser ministrados uma vez a cada crente, sendo eles o Batismo, o Crisma, o Matrimónio e a Ordem;os que podem ser ministrados reiteradamente.

Silogismo


Fonte: Wikipédia
1. O silogismo é uma forma de raciocínio dedutiva. Na sua forma padronizada é constituído por três proposições: As duas primeiras denominam-se premissas e a terceira conclusão.
2. Existem três grandes tipos de silogismo. O nosso estudo apenas incidirá sobre o silogismo categórico regular
Tábua de oposições
A tábua de oposições, também chamado quadrado lógico ou quadrado dos opostos, tem origem obscura mas geralmente se aceita que Boécio lhe deu a forma final. Trata-se de um artifício didático que indica as relações lógicas fundamentais.
Assim, temos o seguinte esquema de premissas:
A - universal afirmativa (Todo homem é mortal)
E - universal negativa (Nenhum homem é mortal)
I - particular afirmativa (Algum homem é mortal)
O - particular negativa (Algum homem não é mortal)
Exemplo de tábua de oposição:
Todo ser vivo é mortal
Contrária: nenhum ser vivo é mortal
Sub-contrária: €
Contraditória: algum ser vivo não é mortal  
Leis de oposição:
As leis de oposição regem as relações entre as premissas.
Contraditoriedade: se um modo é verdadeiro, o outro é falso;
Contrariedade: ocorre apenas nos modos A e E. As premissas contrárias entre si não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo, mas podem ser falsas ao mesmo tempo;Pois, se assim forem,a particular afirmativa será falsa por ser a contraditória da universal negativa e verdadeira, por ser a conversão da universal afirmativa.
Subcontrariedade: as premissas não podem ser falsas ao mesmo tempo, mas podem ser verdadeiras ao mesmo tempo.Pois se assim forem,as contrárias de quem elas são contraditórias serão simultaneamente verdadeiras, o que é um absurdo.
Tipos de Silogismo:
Silogismos 
Silogismos constituídos por três termos e três proposições categóricas.As premissas são apresentadas forma absoluta e incondicional. A relação entre estas e a conclusão é constrangente, isto é, necessária. Esta é a forma padrão do silogismo.
Exemplo: Todas as baleias são mamíferos.
               Alguns animais são baleias.
     Logo, alguns animais são mamíferos
Silogismos derivados
Silogismos derivados são estruturas argumentativas que não seguem a forma rigorosa do silogismo típico mas que, mesmo assim são formas válidas
Entimema


Trata-se de um argumento em que uma ou mais proposições estão subentendidas. Por exemplo:
Todo metal é corpo, logo o chumbo é corpo.
Eu penso, logo existo.
Neste caso, fica subentendida a premissa "todo chumbo é metal". Passando para a forma silogística:
Todo metal é corpo.
Todo chumbo é metal.
Todo chumbo é corpo.
Veja outro exemplo:
Se estiver chovendo, eu levarei meu guarda-chuva. Portanto, levarei meu guarda-chuva.
Neste argumento, falta a premissa “Está chovendo.”
Mais um exemplo :
Todo cavalo tem 4 patas.
Ora, quadrúpede tem 4 patas.
Logo, um cavalo é um quadrúpede.
No dia-a-dia, usamos muitas formas como essa, pois as premissas faltantes são óbvias ou implícitas e repeti-las pode cansar os ouvintes. Contudo, é comum haver confusão justamente por causa de premissas faltantes.


Epiquerema: Silogismo no qual uma ou duas premissas são acompanhadas das suas provas.
Exemplo: Todo o B é C porque é D
               Todo o A é B porque é H
      Logo, todo A é C.

Polissilogismo: Trata-se de um argumento constituído por dois ou mais silogismos, dispostos de modo a que a conclusão do primeiro seja uma premissa do segundo e assim sucessivamente.
Exemplos: B é C
                A é B
      Logo, A é C
                D não é C
       Logo,D não é A. 
Silogismo expositório


O silogismo expositório não é propriamente um silogismo, mas um esclarecimento ou exposição da ligação entre dois termos, caracteriza-se por apresentar, como termo médio, um termo singular. Por exemplo:
Aristóteles é discípulo de Platão.
Ora, Aristóteles é filósofo.
Logo, algum filósofo é discípulo de Platão. 
Silogismo informe


O silogismo informe caracteriza-se pela possibilidade de sua estrutura expositiva poder ser transformada na forma silogística típica. Por exemplo:
"a defesa pretende provar que o réu não é responsável do crime por ele cometido. Esta alegação é gratuita. Acabamos de provar, por testemunhos irrecusáveis, que, ao perpetrar o crime, o réu tinha o uso perfeito da razão e nem podia fugir às graves responsabilidades deste ato".
Este argumento pode ser formalizado assim:
Todo aquele que perpetra um crime quando no uso da razão é responsável por seus atos.
Ora, o réu perpetrou um crime no uso da razão.
Logo, o réu é responsável por seus atos.
Sorites: Trata-se de um argumento que tem pelo menos quatro proposições com os seus termos encadeados de forma correcta.
Exemplo: O vertebrado tem sangue vermelho
               O mamífero é vertebrado
               O carnívoro é mamífero
               O leão é carnívoro
      Logo, O leão tem sangue vermelho. 
Silogismos Hipotéticos 
Condicionais: Silogismo em que a premissa maior não afirma nem nega de modo absoluto, mas a título condicional.
Exemplo: Se chover não vamos ao futebol.
               Chove
      Logo, não iremos ao futebol.
- Condicional: a partícula de ligação das proposições simples é se ... então.
Se a água tiver a temperatura de 100°C, a água ferve.
A temperatura da água é de 100°C.
Logo, a água ferve.
Esse silogismo apresenta duas figuras legítimas:
a) PONENDO PONENS (do latim afirmando o afirmado): ao afirmar a condição (antecedente), prova-se o condicionado (consequência).
Se a água tiver a temperatura de 100°C, a água ferve.
A temperatura da água é de 100°C.
Logo, a água ferve.
b) TOLLENDO TOLLENS (do latim negando o negado): ao destruir o condicionado (consequência), destrói-se a condição (antecedente).
Se a água tiver a temperatura de 100°C, a água ferve.
Ora, a água não ferve.
Logo, a água não atingiu a temperatura de 100°C.
- Copulativa ou conjuntiva: "a lua se move e a terra não se move". Nesse exemplo, duas proposições simples são unidas pela partícula e ou qualquer elemento equivalente a essa conjunção. Dentro do cálculo proposicional será considerada verdadeira a proposição que tiver as duas proposições simples verdadeiras e será simbolizada como: p ∧ q (ou p.q, ou pq).
- Exceptiva: "todos corpos, salvo o éter, são ponderáveis". A proposição composta é formada por três proposições simples, sendo que a partícula salvo oculta as suas composições. As três proposições simples componentes são: "todos os corpos são ponderáveis", "o éter é um corpo" e "o éter não é ponderável". Também são exceptivos termos como fora, exceto, etc. Essa proposição composta será verdadeira se todas as proposições simples forem verdadeiras.
- Reduplicativa: "a arte, enquanto arte, é infalível". Nessa proposição temos duas proposições simples ocultas pela partícula enquanto. As duas proposições simples componentes da composta são: "a arte possui uma indeterminação X" e "tudo aquilo que cai sobre essa indeterminação X é infalível". O termo realmente também é considerado reduplicativo. A proposição composta será considerada verdadeira se as duas proposições simples forem verdadeiras.
- Exclusiva: "só a espécie humana é racional". A partícula só oculta as duas proposições simples que compõem a composta, são elas: "a espécie humana é racional" e "nenhuma outra espécie é racional". O termo apenas também é considerado exclusivo. A proposição será considerada verdadeira se as duas proposições simples forem verdadeiras.
Disjuntivos: Silogismo em que a premissa maior se apresenta sob a forma alternativa.
Exemplo: Este triângulo ou é isósceles ou escaleno.
               Ora este triângulo é escaleno
      Logo, este triângulo não é isósceles. 
a) PONENDO TOLLENS: afirmando uma das proposições simples da premissa maior na premissa menor, nega-se a conclusão.
Ou a sociedade tem um chefe ou tem desordem.
Ora, a sociedade tem um chefe.
Logo, a sociedade não tem desordem.
b) TOLLENDO PONENS: negando uma das proposições simples da premissa maior na premissa menor, afirma a conclusão.
Ou a sociedade tem um chefe ou tem desordem.
Ora, a sociedade não tem um chefe.
Logo, a sociedade tem desordem.
Dilema: Argumento onde são apresentadas duas alternativas possíveis, mas nenhuma é desejável.
Exemplo clássico sobre um aluno com maus resultados em lógica: O aluno ou estudava ou não estava. Se estudava merece ser castigado porque não aprendeu a matéria como era seu dever; se não estudava merece igualmente ser castigado porque não cumpriu o seu dever. 
3. Estrutura do silogismo categórico regular.
Relação entre as proposições
Premissa maior: Todo o alentejano (A) é português (B): Todo o A é B
Premissa menor: Os barranquenhos (C) são alentejanos (A) : Todo o C é A
Conclusão: Os barranquenhos (C) são portugueses(B): Todo o C é B
Relação entre os termos
( atende ao exemplo anterior)
Termo Maior: português : Termo de maior extensão. Integra a premissa maior e aparece como predicado da conclusão.
Termo médio: alentejano: Termo de extensão intermédia. Repete-se nas duas premissas, mas não aparece na conclusão.
Termo menor: barranquenho: Termo de menor extensão. Integra a premissa menor e é sujeito da conclusão.

Análise de conteúdo

Fonte: Wikipédia
A análise de conteúdo é uma metodologia de análise de textos que parte de uma perspectiva quantitativa, analisando numericamente a freqüência de ocorrência de determinados termos, construções e referências em um dado texto. Em Comunicação, é freqüentemente usada como contraponto à análise do discurso, eminentemente qualitativa.
A análise de conteúdo incide sobre várias mensagens, desde obras literárias, até entrevistas. O investigador tenta construir um conhecimento analisando o "discurso", a disposição e os termos utilizados pelo locutor. O investigador necessita assim de utilizar métodos de análise de conteúdo que implicam a aplicação de processos técnicos relativamente precisos, não se devendo preocupar apenas com aspectos formais, estes servem somente de indicadores de actividade cognitiva do locutor.
Hoje em dia a importância da análise de conteúdo na investigação social é cada vez maior, sobretudo devido à forma metódica com que tratam informações e testemunhos que apresentam algum grau de profundidade complexidade. Estes métodos têm sofrido uma evolução, favorecida pelos progressos em linguística , ciências da comunicação e da informática, e devido à preocupação de rigor e profundidade.
Importa referir algumas das variantes dos métodos de análise de conteúdo, que se agrupam em duas categorias: os métodos quantitativos, que são extensivos e têm como unidade de informação de base a frequência do aparecimento de certas características de conteúdo; e os métodos qualitativos que têm como unidade de informação de base a presença ou ausência de uma característica. Esta divisão não é assim tão linear e vários métodos recorrem tanto a um como a outro.
Distinguem-se três grandes categorias de métodos que incidem principalmente sobre certos elementos do discurso, sobre a sua forma ou sobre as relações entre os seus elementos constitutivos. São então as análises temáticas que revelam as representações sociais a partir de um exame de certos elementos constitutivos; as análises formais que incidem principalmente sobre as formas e encadeamento de discurso; e as análises estruturais, que põem a tónica sobre a forma como elementos de mensagem estão dispostos e tentam revelar aspectos subjacentes e implícitos de mensagem.
Estes métodos permitem o estudo do não dito ou dito entre linhas. O que é uma das suas vantagens. Quanto a desvantagens estas não podem ser generalizadas, devido às diferentes categorias em que se dividem os métodos. Podemos dizer que alguns métodos se baseiam em pressupostos simplistas, como é o caso da análise categorial. Enquanto outros são muito pesados e laboriosos, como por exemplo a análise avaliativa.

Teoria da comunicação

Fonte: Wikipédia

São estudos acadêmicos que pesquisam os efeitos, origens e funcionamento do fenômeno da Comunicação Social em seus aspectos tecnológicos, sociais, econômicos, políticos e cognitivos. Englobam psicologia, filosofia e sociologia, dependendo do tipo de abordagem e dos objetivos da pesquisa.
Os estudos em Comunicação Social começaram com a crescente popularização das tecnologias midiáticas e seu uso durante as experiências totalitárias da Europa. Em sua primeira fase, concentraram suas atenções sobre as mensagens da mídia e seu efeito sobre os indivíduos; na segunda, enfatizaram o processo de seleção, produção e divulgação das informações através da mídia.
Primeira Fase
Em seus primórdios, os estudos em Comunicação Social dedicaram-se principalmente ao papel e efeito social do rádio, uma vez que este veículo fora a primeira mídia a alcançar proporções e popularidade suficientes para ser caracterizado como meio de comunicação de massa. Além disso, seu alcance o levou a ser amplamente utilizado pelos estados totalitários que emergiram na Europa no período entreguerras.
Teoria Hipodérmica
A teoria hipodérmica estudou o fenômeno da mídia a partir de premissas behavioristas. Seu modelo comunicativo é baseado no conceito de "estímulo/resposta": quando há um estímulo (uma mensagem da mídia), esta adentraria o indivíduo sem encontrar resistências, da mesma forma que uma agulha hipodérmica penetra a camada cutânea e se introduz sem dificuldades no corpo de uma pessoa. Daí o porquê de esta teoria também ser conhecida como "Teoria da Bala Mágica", pois a mensagem da mídia conseguiria o mesmo efeito "hipodérmico" de uma bala disparada por uma arma de fogo.
O conceito de "massa" é fundamental para se compreender a abordagem da teoria hipodérmica. Segundo os estudiosos desta corrente, a massa seria um conjunto de indivíduos isolados de suas referências sociais, agindo egoisticamente em nome de sua própria satisfação. Uma vez perdido na massa, a única referência que um indivíduo possui da realidade são as mensagens dos meios de comunicação. Dessa forma, a mensagem não encontra resistências por parte do indivíduo, que as assimila e se deixa manipular de forma passiva.
Modelo de Lasswell
O cientista político Harold Lasswell desenvolveu um modelo comunicativo que, embora baseado na teoria hipodérmica, apontava suas lacunas e contribuiria posteriormente para a sua superação. Para Lasswell, compreender o alcance e efeito das mensagens transmitidas pela mídia requer responder às seguintes questões: Quem? Diz o quê? Para quem? Através de que canal? Com que efeito?
Teoria da Persuasão
Diferente da abordagem hipodérmica, a Teoria da Persuasão afirma que a mensagem da mídia não é prontamente assimilada pelo indivíduo, sendo submetida a vários filtros psicológicos individuais. Portanto, os efeitos da mídia não seriam de manipulação, mas de persuasão. O modelo comunicativo desta teoria é bastante semelhante ao behaviorista – porém, acrescido de processos psicológicos que determinam a resposta. Tais processos psicológicos são relativos à audiência e à mensagem.
Em relação à audiência, o indivíduo ficará interessado pelos assuntos aos quais estiver mais exposto; além disso, tenderá a consumir as informações com as quais esteja de acordo. Em algumas ocasiões, o indivíduo até mesmo distorcerá o conteúdo das mensagens recebidas, de forma a adequá-las à sua forma de entender a questão.
Em relação à mensagem, o indivíduo a consumirá de acordo com o grau de prestígio e de confiança que depositar naquele que a transmite (o comunicador). Contam também a maneira como os argumentos são distribuídos; se todos ou apenas parte dos argumentos estão presentes; a exposição implícita ou explícita das intenções da mensagem; e o grau de envolvimento do indivíduo com o assunto.
Teoria Empírica de Campo ("efeitos limitados")
A Teoria Empírica de Campo baseia suas pesquisas na sociologia, concluindo que a mídia cumpre papel limitado no jogo de influência das relações comunitárias. Em outras palavras, a mídia é apenas mais um instrumento de persuasão na vida social, uma vez que é apenas parte desta.
Dessa forma, a Abordagem Empírica de Campo abandona a relação direta de causa e efeito entre a mensagem e o comportamento do indivíduo. Antes, enfatiza a influência indireta que a mídia exerce sobre o público tal como faria qualquer outra força social (igreja, família, partido político, etc – daí o termo "efeitos limitados"). O alcance das mensagens midiáticas depende do contexto social em que estão inseridas, ficando sujeitos aos demais processos comunicativos que se encontram presentes na vida social. Neste caso, os filtros individuais pelos quais são filtradas as mensagens seriam de origem muito mais social do que psicológica.
Teoria Funcionalista
A Teoria Funcionalista estuda as funções exercidas pela mídia na sociedade, e não os seus efeitos. Em lugar de pesquisar o mero comportamento do indivíduo, estuda-se a sua ação social enquanto consumidor de valores e modelos que se adquire comunitariamente. Seus métodos de pesquisa distanciam-se dos métodos da teoria Hipodérmica, Empírico-Experimental e de Efeitos Limitados por não estudar a mídia em casos excepcionais, como campanhas políticas, mas em situações corriqueiras e cotidianas.
Teoria Crítica
Inaugurada pela Escola de Frankfurt, a Teoria Crítica parte do pressuposto das teorias marxistas e investigam a produção midiática como típico produto da era capitalista. Desvendam assim a natureza industrial das informações contidas em obras como filmes e músicas: temas, símbolos e formatos são obtidos a partir de mecanismos de repetição e produção em massa, que tornam a arte adequada para produção e consumo em larga escala.
Assim, a mídia padroniza a arte como faria a um produto industrial qualquer. É o que foi denominado indústria cultural. Nesta, o aspecto artístico da obra é perdido. O imaginário popular é reduzido a clichês. O indivíduo consome os produtos de mídia passivamente. O esforço de refletir e pensar sobre a obra é dispensado: a obra "pensaria" pelo indivíduo.
Teoria Culturológica
A Teoria Culturológica parte de uma análise à Teoria Crítica e desenvolve assim um pressuposto diferente das demais teorias. No lugar de pesquisar os efeitos ou as funções da mídia, procura definir a natureza da cultura das sociedades contemporâneas. Conclui assim que a cultura de massa não é autônoma, como pretende as demais teorias, mas parte integrante da cultura nacional, religiosa ou humanística. Ou seja, a cultura de massa não impõe a padronização dos símbolos, mas utiliza a padronização desenvolvida espontaneamente pelo imaginário popular.
A cultura de massa atende assim a uma demanda dupla. Por um lado, cumpre a padronização industrial exigida pela produção artística, por outro, corresponde à exigência por individualização por parte do espectador. É o que se define como sincretismo . Os produtos da mídia transitam entre o real e o imaginário, criando fantasias a partir de fatos reais e transmitindo fatos reais com formato de fantasia.
Segunda Fase
Teoria do Agendamento
A Teoria do Agendamento estuda o poder de agenda dos meios de comunicação, ou seja, a capacidade que estes possuem para evidenciar um determinado assunto. Para isso, investiga a importância da mídia como mediadora entre o indivíduo e uma realidade da qual este se encontra distante. O Agenda Setting é referido como uma "hipótese" devido às dificuldades metodológicas impostas por suas premissas e conclusões.
Gatekeeper
Os estudos sobre os gatekeepers ("guardiões do portão") analisam o comportamento dos profissionais da comunicação, de forma a investigar que critérios são utilizados para se divulgar ou não uma notícia. Isso porque estes profissionais atuariam como guardiões que permitem ou não que a informação "passe pelo portão", ou melhor, seja veiculada na mídia. Os estudos concluem que a decisão depende principalmente dos acertos e pareceres entre os profissionais, que estão subordinados a uma cultura de trabalho que não raro exclui o contato com o público.
Newsmaking 
Aperfeiçoando as investigações do Gatekeeper, o Newsmaking investiga com maior detalhe a cultura de trabalho dos profissionais de mídia. Estudam assim o processo de industrialização das informações fornecidas pela realidade, processo este utilizado pelos profissionais da mídia para avaliar o valor de uma informação como notícia. 

Economia da Informação

Fonte: Wikipédia
É um campo de estudos interdisciplinar entre a Economia , a Ciência da informação e a Comunicação que trata da informação como mercadoria e bem de produção necessária às atividades econômicas no sistema capitalista  pós-industrial. A Economia da Informação assumiu uma grande importância após a publicação dos trabalhos seminais deGreenwald e Stiglitz (1986), que a tornaram um subdisciplina da Economia  e culminaram com a outorga de um Prêmio de Ciências Econômicas (Nobel), em 2001, a seus idealizadores.
Conceito: Mattelart (2002) relata o ponto de encontro da Ciência Econômica com a Ciência da Informação, atribuindo ao economista austríaco radicado nos EUA Fritz Machlup esta convergência. Foi Machlup  (1962) quem produziu o primeiro estudo, envolvendo evidências empíricas lastreadas nos modelos teóricos de economia, de que existia uma nova categoria econômica de riqueza, que se sobressaía dos segmentos tradicionais da economia até então conhecidos. Nesse estudo, Machlup identifica uma elevada participação, no PIB norte-americano, de um novo segmento, que denominou de “indústria do conhecimento”. É este economista quem inicialmente fornece uma contribuição singular na ligação da informação e do conhecimento com a economia e alerta amplamente de que a informação já estava consolidada como processo no modo de produção capitalista.
Embora já existissem as bases da inserção da informação como elemento da esfera econômica no modo de produção capitalista, como já pudemos observar pelo relato transcrito de Dantas (2002), elas passam a ser notórias e a merecer mais atenção a partir do estudo de Machlup originado na década de 1960. Paralelamente a estes fatos, em 1962 foi publicado pela Rand Corporation um relatório que viria a se consolidar como o grande processo da gênese do suporte para as redes atuais e que mudaria de vez o conceito da dinâmica da informação. O relatório de autoria de Paul Baran, intitulado “On distributed communications network”, patrocinado pela Força Aérea norte-americana, viria a mudar o conceito da unidade de informação central e única. A averiguação de Baran apontava que as possíveis soluções para a proteção dos sistemas de comunicações deveriam passar necessariamente pela descentralização das unidades de informação militar. Algumas das suas considerações principais indicavam como solução: a necessidade premente da exclusão do ponto central, ou seja, uma rede descentralizada e espalhada em vários pontos ou “nós”. Todos os pontos da rede seriam semelhantes e equiparados em status de importância. Cada unidade deveria possuir sua própria autoridade e seria autônoma para produzir, transmitir e recepcionar mensagens. Nascia assim o princípio de algo que revolucionaria os conceitos de comunicação e informação e que foi denominado posteriormente de Internet.
A proposta de Baran esbarrava no problema de como construir sua rede dinâmica e torná-la veloz. Era exatamente nesse contexto que as idéias de Bush se encaixavam. A solução ao problema de Baran, delineia-se ainda, na década de 1960. Estava implícita no conceito criado pelo sociólogo norte americano, Theodore Nelson, que influenciado pelas idéias de Bush criaria o conceito de “hipertexto ”.
As idéias de Bush e Nelson viriam a se concretizar somente no início da década de 1990, quando da criação do código linguagem HTML por Tim Berners-Lee. Uma verdadeira revolução, pois tal fato, promoveria definitivamente a criação da "rede de computadores de alcance mundial” pela World Wide Web (www) . A dinâmica informacional se transformaria definitivamente a partir desse contexto. A descentralização, a universalidade e o armazenamento de informação se incorporariam irreversivelmente à velocidade da tecnologia. Essa evolução na estrutura conceitual do emprego da informação, definitivamente incorporada à tecnologia de comunicação, viria a viabilizar toda a transformação da lógica do modo de produção Capitalista Industrial na década de 1990.
Esta nova lógica de racionalização, informação e tecnologia, possibilitam definitivamente a mudança do modelo de produção baseado no fordismo, para o toyotismo. Os grandes conglomerados industriais passam a articular sua produção em amplas plantas industriais alocadas em diferentes locais do planeta. A integração dessa produção passa a se viabilizar pelos fluxos de informação conduzidos por redes globais. A mobilidade e flexibilidade do processo, não permitem que sejam recriados mecanismos de reabsorção de mão-de-obra de baixa qualificação, mesmo com a expansão dos mercados. A descentralização industrial e a descontinuidade geográfica aparecem, como trunfo do Capital e como barreiras para o trabalho. Causam violentos impactos nas estratégias sindicais dos países ricos.
O alinhamento do tripé economia, informação e capital evidencia-se de maneira clara na década de 1990, principalmente quando observamos o endurecimento e as fortes pressões dos países ricos nas leis de propriedade intelectual. Leis estas que tornaram o conhecimento científico e os bens culturais valorizados pelas patentes e pelo direito autoral. O que transformou o conhecimento em mercadoria nobre promovida pela força da nova indústria, a qual na década de 1990 se revela também rentista. Tal fato, segundo denuncia Hugh Lacey , seria inerente ao modelo neoliberal que necessita rapidamente realizar os lucros, retornando os investimentos feitos em pesquisa.
Este alinhamento da informação à economia e ao capital a que nos referimos não fica na esfera da definição simplista de Mccreadie e Rice, da mercantilização da informação. Esta disposição à qual nos referimos pode ser constatada mais profundamente pelo próprio surgimento e desenvolvimento do núcleo de uma nova área da Economia: a “Economia da Informação”, núcleo este que de certa forma já tinha sido prenunciado por Machlup. É um fato podermos observar ao longo da história que, quando especificamente teóricos da Economia adentram novos núcleos de estudo, é porque os fenômenos de riqueza estão envolvidos.
Assimetria da Informação:

É pela teoria deste novo núcleo da Economia, denominado de Teoria da Assimetria da Informação ou dos Mercados de Informação Assimétrica, que se evidencia a preocupação científica com relação aos mercados, mas do mercado para o mercado, como estrutura de riqueza e não como estrutura assimétrica de uma análise de distribuição de riqueza. Os economistas nortes-americanos George Akerlof, Michael Spence e Joseph Stiglitz evidenciaram, empiricamente, que os mercados são imperfeitos porque seus atores não possuem as mesmas condições de processar, interpretar e utilizar informações, mesmo que as informações sejam de domínio coletivo. Os modelos econômicos neoclássicos tradicionais presumem a existência de informações perfeitas para todos os participantes do mercado. Todos sempre souberam que as informações nunca são perfeitas, mas imaginava-se que, se a informação não fosse muito imperfeita, a economia real se comportaria de um maneira muito semelhante à indicada pelos modelos teóricos. A maior contribuição da pesquisa de Stiglitz  foi demonstrar que isso não é verdade: basta uma pequena imperfeição nas informações para causar um profundo efeito na natureza do equilíbrio econômico
Já James Mirrlees (Universidade de Cambridge, Inglaterra) e William Vickrey (Universidade de Colúmbia, Estados Unidos) realizaram também pesquisa nessa área nuclear da Economia, tendo apresentado exemplos de grupos que, na sociedade, detêm mais informações que outros, e podem usá-las estrategicamente, provocando distorções no mercado. Criticaram, então, os modelos teóricos de equilíbrio da economia, que não previam as situações de possibilidade de distorções nos mercados.
O fato é que a economia mais lastreada na informação contribuiu sobremaneira no reforço do caráter especulativo, estrategicamente circulando pelos mercados dos países de economia periférica, resultando num processo brutal de “financeirização” da economia com ênfase no domínio dos sistemas econômicos nacionais.
Globalização e informação:

Com o avanço da internacionalização dos circuitos econômicos, financeiros e tecnológicos, debilitaram os sistemas econômicos nacionais (FURTADO, 1998, p. 38). Sem contar que a mobilidade excessiva de capitais de curto prazo gerou três tipos de problemas para a gestão governamental macroeconômica, a saber: perda de autonomia na condução da política monetária, aumento da fragilidade externa da economia e tendência à uma flutuação cambial exacerbada em conseqüência dos grandes fluxos de capitais.
As agências de informação de rating risk nunca foram tão utilizadas. Os ratings divulgados sobre riscos relativos dos países emergentes, como o Brasil, passaram a representar informações para otimizar a renda do capital. Tais informações eram e são usadas de forma estratégica em favor dos grandes investidores internacionais, provocando inclusive distorções no mercado. Toda vez que alguma das agências eleva os referidos ratings, economias inteiras são afetadas.
Bancos Centrais dos países periféricos tentam se entrincheirar e armar defesas contra os “ataques especulativos à moeda” com ilusórias medidas ortodoxas sem muito sucesso.
Neste novo tipo de guerra novas vítimas surgem: em vez dos mortos e feridos tradicionais, a mortalidade da pobreza, a exclusão dos incluídos se fazem presente, pela própria e brutal transferência de renda ocasionada pela renda do capital volátil.
Podemos observar caso recente no Brasil que, por motivos políticos, diga-se eleições presidenciais em 2002, teve seu rating risk elevado, sofrendo conseqüências econômicas em função da informação.

Memética

Fonte: Wipédia
A Memética é o estudo formal dos memes. A memética pode atualmente ser lembrada tanto no campo da sociologia, como uma protociência da sua própria forma. Foi originada quando Richard Dawkins reduziu o processo de evolução genética biológica à sua mais fundamental unidade, o multiplicador (ou gene). Na busca de outra coisa que pudesse ser classificado como multiplicador na Terra, Dawkins sugeriu informação e idéias em cérebros, ou cultura (talvez software seja outro multiplicador que possa em algum momento ser usado para construir coisas grandes).
A memética aplica conceitos da teoria da evolução (especialmente dagenética populacional ) à cultura humana. Ela tenta explicar vários assuntos controversos, comoreligião e sistemas políticos, usando modelos matemáticos.
Muitos pensadores questionam se a analogia dos genes com a cultura vai se fixar e como essa similaridade pode ser testada.
A memética deve ser distinguida da sociobiologia. Na sociobiologia, as entidades envolvidas são os genes, enquanto na memética são os memes. A sociobiologia está preocupada com a base biológica do comportamento humano, enquanto a memética trata os humanos não apenas como produto de uma evolução biológica, mas de uma evolução cultural também.
Associação memética
É a descoberta de que os memes se movem em grupos. Por exemplo: o meme paracalça jeans inclui memes para fecho-écler, roupas com botão, tintura azul, roupas de algodão, cintos etc.
Variação memética
É o processo em que uma idéia ou meme muda conforme é transferido de uma pessoa para outra. Poucos memes mostram uma forte inércia memética, que é a característica do meme de ser expressado do mesmo jeito e de ter o mesmo impacto, independentemente de quem esteja recebendo ou transmitindo a idéia. A variação memética cresce quando o meme é transmitido de uma maneira descuidada com a expressão da idéia, enquanto a inércia memética é fortalecida quando a forma de expressão rima ou usa outros dispositivos mnemônicos  para preservar a memória do meme antes de sua transmissão.
Terminologia
Muito da terminologia memética é criado pela adição do prefixo "mem(e)-" a um termo existente (geralmente biológico), ou pela troca do prefixo "gen(e)-" por "mem(e)-" em vários termos.

Hermenêutica


Fonte: Wikipédia
Origem do Termo:

O termo "hermenêutica" provém do verbo grego "hermēneuein" e significa "declarar", "anunciar", "interpretar", "esclarecer" e, por último, "traduzir". Significa que alguma coisa é "tornada compreensível" ou "levada à compreensão".
Alguns defendem que o termo deriva do nome do deus da mitologia grega Hermes. O certo é que este termo originalmente exprimia a compreensão e a exposição de uma sentença "dos deuses", a qual precisa de uma interpretação para ser apreendida corretamente.
Encontra-se desde os séculos XVII e XVIII o uso do termo no sentido de uma interpretação correta e objetiva da Bíblia. Spinoza é um dos precursores dahermenêutica Bíblica.
Outros dizem que o termo "hermenêutica" deriva do grego "ermēneutikē" que significa "ciência", "técnica" que tem por objeto a interpretação de textos poéticos ou religiosos, especialmente da Ilíada e da "Odisséia"; "interpretação" do sentido das palavras dos textos; "teoria", ciência voltada à interpretação dos signos e de seu valor simbólico.
Hermes é tido como patrono da hermenêutica por ser considerado patrono da comunicação e do entendimento humano.
Conceito:

Com Friedrich Schleiermacher (1768-1834), no início do século XIX, a hermenêutica recebe uma reformulação, pela qual ela definitivamente entra para o âmbito da filosofia. Em seus projetos de hermenêutica coloca-se uma exigência significativa: a exigência de se estabelecer uma hermenêutica geral, compreendida como uma teoria geral da compreensão. A hermenêutica geral deveria ser capaz de estabelecer os princípios gerais de toda e qualquer compreensão e interpretação de manifestações lingüísticas. Onde houvesse linguagem, ali aplicar-se-ia sempre a interpretação. E tudo o que é objeto da compreensão, é linguagem (Hermeneutik, 56). Esta afirmação, entretanto, mostra todas as suas implicações quando se lhe justapõe esta outra tese de Schleiermacher: “A linguagem é o modo do pensamento se tornar efetivo. Pois, não há pensamento sem discurso. (...) Ninguém pode pensar sem palavras.”(Hermeneutik und Kritik, 77) Ao postular a “unidade de pensamento e linguagem”(ibidem), a tarefa da hermenêutica se torna universal e abarca a totalidade do que importa ao humano. A hermenêutica, então, é uma análise da compreensão “a partir da natureza da linguagem e das condições basilares da relação entre o falante e o ouvinte” (Akademienrede, 156). Quatro distinções básicas foram estabelecidas por Scheleiermacher. Primeiro, a distinção entre compreensão gramatical, a partir do conhecimento da totalidade da língua do texto ou discurso, e a compreensão técnica ou psicológica, a partir do conhecimento da totalidade da intenção e dos objetivos do autor. Segundo, a distinção entre compreensão divinatória e comparativa: 
Compreensão comparativa: Se apóia em uma multiplicidade de conhecimentos objetivos, gramaticais e históricos, deduzindo o sentido a partir do enunciado. 
Compreensão divinatória: Significa uma adivinhação imediata ou apreensão imediata do sentido de um texto. 
Essas distinções apontam para aspectos da compreensão superior que se dá pela sua integração. Posteriormente, com os trabalhos de Droysen e Dilthey, o procedimento hermeneutico tornou-se a metodologia da ciências humanas. Os eventos da natureza devem ser explicados, mas a história, os eventos históricos, os valores e a cultura devem ser compreendidos.( Wilhelm Dilthey  é primeiro a formular a dualidade de "ciências da natureza e ciências do espírito", que se distinguem por meio de um método analítico esclarecedor e um procedimento de compreensão descritiva.) Compreensão é apreensão de um sentido, e sentido é o que se apresenta à compreensão como conteúdo. Só podemos determinar a compreensão pelo sentido e o sentido apenas pela compreensão. Heidegger, em sua análise da compreensão, diz que toda compreensão apresenta uma "estrutura circular". "Toda interpretação, para produzir compreensão, deve já ter compreendido o que vai interpretar". O cerne da teoria de Heidegger está, todavia, na ontologização da compreensão e da interpretação como aspectos do ser do ente que compreende o ser, o "Dasein".
Estruturas básicas da compreensão:

  • Estrutura de horizonte: o conteúdo singular é apreendido a partir da totalidade de um contexto de sentido, que é pré-apreendido e co-apreendido.
  • Estrutura circular: A compreensão acontece a partir de um movimento de ir e vir entre pré-compreensão e compreensão da coisa, como um acontecimento que progride em forma de espiral, na medida que um elemento pressupõe outro e ao mesmo tempo faz com que se possa ir adiante.
  • Estrutura de diálogo: A compreensão sempre é apreensão do estranho e está aberta à modificação das pressuposições iniciais diante da diferença produzida pelo outro (o texto, o interlocutor).
  • Estrutura de mediação: A compreensão visa um dado que se dá por si mesmo, mas a sua apreensão faz-se pela mediação da tradição e da linguagem.
Os costumes, cultura e etnias são alguns dos aspectos fundamentais para se ter uma legítima interpretação do texto.
Explicação e compreensão: 

Segundo Wilhelm Dilthey, estes dois métodos estariam opostos entre si: explicação (próprio das ciências naturais) e compreensão (próprio das ciências do espírito ou ciências humanas):
"Esclarecemos por meio de processos intelectuais, mas compreendemos pela cooperação de todas as forças sentimentais na apreensão, pelo mergulhar das forças sentimentais no objeto."
Paul Ricoeur visa superar esta dicotomia. Para ele, compreender um texto é encadear um novo discurso no discurso do texto. Isto supõe que o texto seja aberto. Ler é apropriar-se do sentido do texto. De um lado não há reflexão sem meditação sobre os signos; do outro, não há explicação sem a compreensão do mundo  e de si mesmo.