Mulher agredida em evento no Teatro - Salvador/Ba

Fonte G1Bahia
Uma mulher registrou queixa na polícia, em Salvador, relatando ter sido agredida no rosto por um segurança na noite de sexta-feira (1º), após um evento cultural do qual participou no centro da capital baiana. Segundo Roberta Nascimento, tudo aconteceu ao final do lançamento de uma exposição que ocorreu na Galeria de Arte da Acbeu, no Corredor da Vitória.
agressão (Foto: Imagem/TV Bahia)

A atriz relata que como o evento já havia acabado, o segurança da instituição estava encarregado de encaminhar as pessoas para fora do local. No entanto, Roberta diz que o funcionário agiu com agressividade quando a companheira dela, Talita Andrade, que a acompanhava, disse que queria usar o banheiro antes de ir embora. Talita afirma que enfrentou o segurança, afirmando para ele que iria usar o banheiro, mesmo que ele tivesse tentando impedi-la.
"Ele não me deixava ir ao banheiro, dizendo que já estava fechado. Deixei ele falando e segui para o banheiro. Lá dentro tinham amigas minhas, ou seja, não estava fechado", relata. Nesse momento, ela diz que formou-se uma confusão na porta do banheiro. Ela saiu para ver o que estava ocorrendo e diz ter encontrado o segurança já exaltado também porque um rapaz "tomou partido" da situação dela. Nesse momento, segundo elas, Roberta foi atingida por um murro no rosto.
As duas estiveram na tarde deste sábado (2), na 14ª Delegacia, no bairro da Barra, depois foram até o Departamento de Polícia Técnica (DPT) para realizar exame de corpo de delito. Na noite de sexta-feira, o caso foi levado à 1ª Delegacia, nos Barris. O segurança acusado não foi localizado. Isabela Nunes, gestora da galeria de arte da Acbeu, disse por telefone que ocorreu uma agressão mútua. Além disso, afirma que a instituição arcou com todas as despesas médicas da jovem, que foi atendida no Hospital Português.
"Eu fui agredida pelo segurança, simplesmente pelo fato de minha companheira querer usar o banheiro. Segundo ele, a galeria estava fechando. As pessoas tinham que ir embora e estava proibido usar o banheiro a partir daquele momento. Só que tinham outras pessoas dentro do banheiro. Esse cara já foi socando um menino que falou para a gente entrar, que foi defender a gente. Já foi distribuindo socos para todos os lados e um deles foi no meu rosto", conta Roberta.

agressão (Foto: Imagem/TV Bahia)

"A maneira como ele falou que [o local] estava fechando já foi violenta, não foi tranquila. Tanto é que quando ela foi para o banheiro, ele foi atrás tentando impedir ela corporalmente. Segurança não pode tocar, principalmente mulher", diz Roberta.
"Por estar em um espaço privado de uma instituição cultural, em momento nenhum em fiquei preocupada com algum tipo de agressão por parte da segurança. Então, me portei de uma maneira que retribuí, de certa maneira, a agressão que ele veio. Porque eu sabia que verbalmente a gente podia se agredir sem acontecer uma agressão física. E para minha surpresa, não demorou nem muito. Foi simplesmente eu 'peitar' porque eu sabia que ele estava mentindo, ele dizia que o banheiro estava fechado, e eu tinha informações, por ter amigas dentro do banheiro, que o banheiro estava aberto, eu simplesmente desrespeitei e continuei andando. E aí nisso deu brecha pra ele vir com agressão muito mais violenta, que foi todo o desenrolar, murros, pontapés, empurrões", afirma Talita.
Um homem que também participava do evento, e prefere não ser identificado, relata que levou Roberta até o hospital com um ferimento que parecia ser muito grave no olho, o que provocou sangramento intenso. Ele diz que estava no banheiro com o filho e quando saiu, já viu a jovem caída no chão e sangrando muito. "Realmente, o evento já havia acabado. A exposição acabou por volta 22h, o ocorrido foi umas 22h20. Eu fiquei lá mais tempo esperando um amigo para me buscar e o segurança estava querendo, pedindo que as pessoas saíssem. Eu pedi para ir ao banheiro com meu filho. Nada justifica um murro, mas o enfrentamento ao segurança, pode ter gerado uma reação", diz. O rapaz afirma que o golpe quebrou o óculos da jovem, o que intensificou a gravidade do ferimento. "Tive medo de ter entrado vidro no olho dela", relata.
Nota oficial
Neste domingo (3), a instituição divulgou nota oficial lamentando o ocorrido. Veja na íntegra:
"Associação Cultural Brasil Estados Unidos-ACBEU lamenta profundamente o incidente ocorrido nas dependências da galeria de arte localizada em sua unidade do Corredor da Vitória, na noite da última sexta-feira, dia 1°, e repudia veementemente a resolução violenta de conflitos e qualquer tipo de discriminação contra a livre orientação sexual de cada um, entendendo tratar-se de um direito individual que merece o mais absoluto respeito.
A ACBEU já iniciou a apuração detalhada do incidente, e está entrando em contato com as vítimas, assegurando que não poupará esforços para minimizar o sofrimento e a reparação dos prejuízos causados. Tão logo essas fatos sejam apurados, serão prestados novos esclarecimentos à sociedade.

       

Miriam Makeba

Fonte Wikipedia
Zenzile Miriam Makeba (Joanesburgo, 4 de março de 1932 — Castel Volturno, 10 de novembro de 2008) foi uma cantora sul-africana também conhecida como "Mama África" e grande ativista pelos direitos humanos e contra o apartheid na sua terra natal.
Makeba começou a carreira em grupos vocais nos anos 50, interpretando uma mistura de blues americanos e ritmos tradicionais da África do Sul. No fim da década, apesar de vender bastantes discos no país, recebia muito pouco pelas gravações e nem um cêntimo de royalties, o que lhe despertou a vontade de emigrar para os Estados Unidos a fim de poder viver profissionalmente como cantora.

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O seu momento decisivo aconteceu em 1960, quando participou no documentário antiapartheid Come Back, África, a cuja apresentação compareceu, no Festival de Veneza daquele ano. A recepção que teve na Europa e as condições que enfrentava na África do Sul fizeram com que Miriam resolvesse não regressar ao país, o que causou a anulação do seu passaporte sul-africano.
Foi então para Londres, onde se encontrou com o cantor e ator negro norte-americano Harry Belafonte, no auge do sucesso e prestígio e que seria o responsável pela entrada de Miriam no mercado americano. Através de Belafonte, também um grande ativista pelos direitos civis nos Estados Unidos, Miriam gravou vários discos de grande popularidade naquele país. A sua canção Pata Pata tornou-se um enorme sucesso mundial. Em 1966, os dois ganharam o Prêmio Grammy na categoria de música folk, pelo disco An Evening with Belafonte/Makeba.
Em 1963, depois de um testemunho veemente sobre as condições dos negros na África do Sul, perante o Comitê das Nações Unidas contra o Apartheid, os seus discos foram banidos do país pelo governo racista; o seu direito de regresso ao lar e a sua nacionalidade sul-africana foram cassados, tornando-se apátrida.

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Os problemas nos Estados Unidos começaram em 1968, quando se casou com o ativista político Stokely Carmichael, um dos idealizadores do chamado Black Power e porta-voz dos Panteras Negras, levando ao cancelamento dos seus contratos de gravação e das suas digressões artísticas. Por este motivo, o casal mudou-se para a Guiné, onde se tornaram amigos do presidente Ahmed Sékou Touré. Nos anos 80, Makeba chegou a servir como delegada da Guiné junto da ONU, que lhe atribuiu o Prêmio da Paz Dag Hammarskjöld. Separada de Carmichael em 1973, continuou a vender discos e a fazer espetáculos em África, América do Sul e Europa
Em 1975, participou nas cerimónias da independência de Moçambique, onde lançou a canção "A Luta Continua" (slogan da Frelimo), apreciada até aos nossos dias.
A morte da sua filha única em 1985 levou-a a mudar-se para a Bélgica, onde se estabeleceu. Dois anos depois, voltaria triunfalmente ao mercado norte-americano, participando no disco de Paul Simon Graceland e na digressão que se lhe seguiu.
Com o fim do apartheid e a revogação das respectivas leis, Miriam Makeba regressou finalmente à sua pátria em 1990, a pedido do presidente Nelson Mandela, que a recebeu pessoalmente à chegada. Na África do Sul, participou em dois filmes de sucesso sobre a época do apartheid e do levantamento de Soweto, ocorrido em 1976.
Agraciada em 2001 com a Medalha de Ouro da Paz Otto Hahn, outorgada pela Associação da Alemanha nas Nações Unidas "por relevantes serviços pela paz e pelo entendimento mundial", Miriam continuou a fazer shows em todo mundo e anunciou uma digressão de despedida, com dezoito meses de duração.
Em 9 de novembro de 2008, apresentou-se num concerto a favor de Roberto Saviano, em Castel Volturno (Itália). No palco, sofreu um ataque cardíaco e morreu no hospital na madrugada do dia 10 de novembro.

Um pouco de Victor Brecheret

Fonte Wikipedia
Victor Brecheret (Farnese, 22 de fevereiro de 1894 — São Paulo, 17 de dezembro de 1955) foi um escultor ítalo-brasileiro, considerado um dos mais importantes do país. É responsável pela introdução do modernismo na escultura brasileira. Sua figura ficou marcada pela boina que costumava vestir, ressaltando uma imagem tradicional do "artista".
Nascido "Vittorio Breheret" (sem a letra 'c' no sobrenome) numa pequena localidade não distante de Roma, filho de Augusto Breheret e Paolina Nanni, esta última falecida quando o pequeno Vittorio tinha apenas seis anos de idade. Foi abrigado pela família do tio materno, Enrico Nanni, e com sua família emigrou para o Brasil ainda na infância
No Brasil, tornou-se "Victor Brecheret" e já com mais de trinta anos de idade recorreu à Justiça para inscrever seu registro nascimento tardiamente no Registro Civil do Jardim América (município de São Paulo). Assim Brecheret consolidava a sua nacionalidade brasileira, embora tivesse nascido na Itália. Este tipo de "regularização" era muito comum entre imigrantes italianos na primeira metade do século XX no Brasil.

Trajetória
Ainda moço frequentou as aulas de entalhe em gesso e mármore do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, onde mais tarde viria a utilizar o ateliê e seus aprendizes para moldar suas obras. Amadureceu estudando na Europa, onde entrou em contato com as vanguardas artísticas que ocorriam nas décadas de 1910 e 1920. Trabalhou com o escultor italiano Arturo Dazzi, sendo influenciado pela estética de pós-impressionistas como Ivan Meštrović, croata, e os franceses Auguste Rodin e Émile-Antoine Bourdelle. Ligou-se a Emiliano Di Cavalcanti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia quando voltou ao Brasil e com eles participou da introdução do pensamento vanguardista no Brasil.
 
Participou da Semana de Arte Moderna de 1922, expondo vinte esculturas no saguão e nos corredores do Teatro Municipal de São Paulo. A partir daí manteve paralelamente uma carreira na Europa e em seu país. Expôs no Salão dos Independentes de Paris e fundou a Sociedade Pró Arte Moderna.
Em 1920 ganhou um concurso internacional de maquetes para a construção de uma grande escultura em São Paulo (o futuro Monumento às Bandeiras). Em 1923 o governo do Estado de São Paulo encomendou-lhe a execução do Monumento às Bandeiras, projeto a que Brecheret viria a se dedicar nos vinte anos seguintes. O Monumento às Bandeiras foi a maior obra de Brecheret e demorou 33 anos para ser construído (1920—1953).
 















Em 1951 foi premiado como o melhor escultor nacional na primeira Bienal de São Paulo.
Obras
Quando estudante do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, Brecheret foi essencialmente um artesão, executando obras de teor clássico e romântico.
Na Europa, iniciou uma produção similar a de pós-impressionistas. Ao entrar em contato com as vanguardas em curso naquela época no continente europeu, passou a expressar sua obra com manifestações vindas do construtivismo, expressionismo e cubismo, mas nunca chegando à abstração pura. Em sua fase mais madura, Victor procurou realizar experimentos estéticos que ligavam a escultura vernacular indígena brasileira com as experiências que desenvolveu na Europa.
Em sua produção destacam-se:
  • "Ídolo" (1921)
  • "Fauno" (1942)
  • "Depois do Banho" (1945)
  • "O Índio e Sasuapara" (1951)
  • "Monumento às Bandeiras" (1953)
  • "Monumento a Duque de Caxias" (1960)