Em assembleia, policiais militares decidem manter
greve. A greve de PMs na Bahia completa 12 dias neste sábado 11/02/2012. Mais um capítulo da greve de PMs na Bahia. Os policiais militares de três
associações (APPM, Aspra e Associação de Sargentos e Sub-tenentes de Polícia
Militar) decidiram continuar a paralisação de PMs no estado, mesmo após o
comandante geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro, anunciar que a greve da policiais e bombeiros militares
terminou. A decisão foi tomada em assembleia realizada no Ginásio de
Esportes do Sindicato dos Bancários, no Largo dos Aflitos, iniciada às 18h,
desta sexta-feira (10). Uma nova assembleia está marcada para este sábado (10),
às 16h, no mesmo local.
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O grande entrave das negociações está
relacionado ao pagamento da Gratificação por Atividade Policial IV (GAP IV) e às
prisões de 12 policiais militares decretadas pela Justiça baiana. Os PMs em
greve reivindicam o pagamento imediato da GAP IV e a revogação das prisões. O
Governo, entretanto, já suspendeu as negociações e propõe iniciar o pagamento da
GAP IV apenas em novembro e de forma escalonada. Além disso, os policiais
desejam que o pagamento da GAP V seja feita no máximo até 2013, enquanto o
Governo apresenta a proposta de pagar até 2015. O Governo também propõe aumento
de 6,5% da remuneração retroativo ao mês de janeiro deste ano.
Em
resposta ao anúncio do fim da greve pelo comandante geral da PM, o porta-voz dos
policiais militares grevistas disse nesta sexta-feira que a greve de PMs ainda não terminou. “A polícia ainda não
retornou. É simples. Quem para é a categoria, e quem decide voltar também é a
categoria. Queremos agora que haja uma conversa com o comandante-geral, que a
tropa possa ouvir a proposta dele, porque esta proposta de não anistiar os
policiais pode ser um novo estopim”, afirmou.
Punições
Em uma
coletiva realizada no final da manhã desta sexta, o coronel
Alfredo Castro, comandante geral da Polícia Militar, afirmou que os PMs que não
se apresentassem até o meio dia desta sexta-feira sofreriam descontos na folha
de pagamento pelos dias não trabalhados e também poderiam sofrer processo
administrativo disciplinar. O coronel informou também que até às 9h desta data,
cerca de 85% do efetivo fazia o policiamento das ruas e que o retorno das
atividades deverá ser normalizado gradativamente nos próximos dias.
Apurações
Nesta sexta-feira (10), o procurador-geral da
República, Roberto Gurgel, solicitou as gravações telefônicas da greve de PMs na Bahia ao
governador Jaques Wagner. O objetivo é apurar se quem detém foro
privilegiado teve conduta ilegal, como o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP),
presidente da comissão que analisa a PEC (Proposta de Emenda à Constituição)
300, que diz respeito à criação de um piso nacional para PMs e bombeiros,
informou a Agência Brasil.
As gravações também foram requisitadas pelo
Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA) ao Ministério Público do Estado da
Bahia. Além disso, o MPF/BA pediu nesta sexta-feira a abertura de inquérito
policial, como o intuito de investigar os atentados contra à segurança
nacional e a ordem política e social cometidos durante a greve parcial de
policiais militares no estado.
Violência
Nesta quinta-feira
(9), o número de homicídios chegou a 156 na capital e Região
Metropolitana de Salvador desde o começo da paralisação dos policiais
militares. Este número representa um crescimento de 178% em relação aos nove
dias que antecederam o motim (22 a 29 de janeiro), nos quais foram registrados
56 homicídios.