Ativista indiana reza após cerimônia de cremação do corpo de vítima de estupro
(Dibyangshu Sarkar/AFP)
A governadora do estado indiano de Tamil Nadu, J. Jayalalithaa, pediu
nesta terça-feira a castração dos agressores sexuais de uma jovem
indiana, após sua morte no sábado.
O estupro coletivo de que foi vítima revoltou a população da Índia.
"Vamos pedir que a lei tenha emendas e passe a permitir a castração
química dos estupradores", disse Jayalalithaa em comunicado.
A chefe do governo regional também propôs o início de um mecanismo de
julgamentos rápidos para esse tipo de crime. Ela se mostrou partidária
de que "se revisem os casos de assédio sexual que continuam pendentes
nos tribunais, para que se acelerem os processos e se faça justiça o
mais rápido possível".
A declaração ocorre após a imprensa local publicar na segunda que o
Partido do Congresso, de situação, estuda a aprovação de uma lei que
permita a castração dos violadores em determinados casos. A Índia
permanece comovida pelo caso de estupro, há 15 dias, de uma jovem por
seis homens quando voltava para casa em um ônibus do qual os agressores a
jogaram em movimento, o que a deixou em estado grave.
Após ser operada várias vezes em Nova Délhi, a jovem, de 23 anos, foi
transferida a um hospital de Cingapura, onde morreu. O fato gerou uma
onda de indignação sem precedentes na Índia, onde nas últimas duas
semanas houve muitas manifestações de protesto contra a falta de ação
policial em defesa de mulheres que sofrem assédio sexual.
Nesta terça, a polícia prendeu um homem que tentava colocar uma bomba
de fabricação caseira perto da casa de um dos acusados do estupro
coletivo contra a jovem. O suspeito de 37 anos foi detido perto do Campo
Ravi Dass, uma favela ao sudoeste de Nova Délhi, onde moravam quatro
dos seis acusados. Os outros dois moravam nas proximidades da capital
indiana.
Suspeitos de estuprar indiana responderão por assassinato
Centenas manifestam em Nova Délhi por melhorias nos direitos das mulheres
As autoridades indianas acusaram formalmente por assassinato os seis homens suspeitos de ter participado de um estupro coletivo brutal
contra uma estudante de 23 anos. A jovem morreu na sexta-feira,
aumentando o debate nacional sobre a violência contra as mulheres na
Índia.
Neste sábado, centenas de indianos foram às ruas da capital Nova Délhi
para exigir melhorias nos direitos das mulheres. A estudante estava
internada em um hospital de Cingapura, onde os médicos tentavam tratar
as lesões decorrentes do estupro e do espancamento sofrido no dia 16 de
dezembro dentro de um ônibus. A jovem chegou a ser submetida a três
cirurgias. O corpo deve ser levado de avião de volta à Índia ainda neste
sábado.
Se preparando para uma nova onda de protestos,
as autoridades indianas mobilizaram milhares de policiais, fecharam dez
estações de metrô, e veículos foram proibidos de passar por algumas
estradas principais no coração de Nova Délhi, onde manifestantes
convergiram desde o ataque para protestar. Centenas de pessoas
manifestam pacificamente na manhã de sábado.
Estupro - A estudante de medicina, de 23 anos, foi
espancada, estuprada por uma hora e jogada para fora de um ônibus em
movimento em Nova Délhi, há duas semanas. Ela foi levada para um
hospital em Cingapura já em estado crítico. A intensa cobertura
midiática do ataque e o uso de redes sociais para galvanizar os
protestos forçaram os políticos a repensar o tratamento de mulheres no
país.
A maioria dos crimes sexuais na Índia não são relatados, e muitos
infratores ficam impunes, e as rodas da justiça giram devagar. O
Escritório Nacional de Registro de Crimes revelou em 2011 que, a cada 20
minutos, uma mulher é atacada sexualmente na Índia. No entanto, o autor
do crime só é condenado em um a cada quatro casos. Os motivos são
negligência e corrupção - o que explica a atual onda de indignação
popular.
Ainda segundo os dados oficiais indianos, os casos de estupro aumentaram quase 875% nos últimos 40 anos na Índia, passando de 2.487 em 1971 para 24.206 em 2011. Apenas na capital, 572 casos foram registrados no ano passado e mais de 600 este ano, segundo a rede CNN.
Ainda segundo os dados oficiais indianos, os casos de estupro aumentaram quase 875% nos últimos 40 anos na Índia, passando de 2.487 em 1971 para 24.206 em 2011. Apenas na capital, 572 casos foram registrados no ano passado e mais de 600 este ano, segundo a rede CNN.