Quanto custará o Acarajé durante Copa das Confederações na Bahia

Fonte G1 Bahia

Detalhamento da venda de bolinhos aconteceu na manhã desta sexta-feira.
Quituteiras símbolos da Bahia atuarão do lado de fora da Arena Fonte Nova.

Acarajé Bahia (Foto: Lílian Marques/ G1) 

O acarajé, típico bolinho baiano de feijão fradinho frito no dendê, será vendido a R$ 6 (sem camarão) e R$ 8 (com camarão), no entorno da Arena Fonte Nova, durante os três jogos da Copa das Confederações, que serão realizados em Salvador. O anúncio da liberação de vendas foi feito na quarta-feira (5).
A divulgação dos valores e de como será feita a venda no local foi realizada em coletiva feita pela Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo (Secopa), com presença de representantes da Associação das Baianas de Acarajé e Mingau (ABAM), da Arena Fonte Nova Participações, entre outros, nesta sexta-feira (7).
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Acarajé e bolinho de estudante Bahia (Foto: Lílian Marques/ G1)Bolinho de estudante será vendido a R$ 5 para baianos e turistas (Foto: Lílian Marques/ G1)
Também serão vendidos o abará, no mesmo valor do acarajé, passarinha, cocada e bolinho de estudante. Esses últimos serão comercializados a R$ 5. "Foi uma vitória para a cultura nacional, não foi só a Bahia que ganhou com isso. O acarajé, as baianas, representam o Brasil. Mas ainda não é o que a gente esperava, nós queremos estar lá dentro, na área dos quiosques, dos restaurantes", disse Rita Santos, presidente da ABAM, e uma das baianas que vai ter um tabuleiro dentro do estádio.
As baianas ficarão na área externa da Arena, ainda que já dentro dos limites da estrutura. A venda vai acontecer na entrada do estádio, mesmo local onde vai funcionar uma espécie de zona comercial da Arena, com a comercialização de produtos oficiais licenciados pela Fifa. A diferença é que o lucro obtido com a venda dos acarajés será exclusivamente das baianas. Parte da receita dos produtos vendidos no local será destinada à Fifa, informou a Secopa.
"Nunca houve, de fato, uma proibição. Existia uma discussão de como se daria esse processo de venda. As baianas vão passar por curso de qualificação, a maioria já passou, mas vai fazer de novo um curso de 20 horas com aulas práticas e teóricas", afirmou o secretário Ney Campello, Secretaria Municipal para Assuntos da Copa do Mundo (Secopa).
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Baianas Norma, Rita e Meirejane vão vender acarajé dentro da arena Fonte Nova, na Bahia (Foto: Lílian Marques/ G1)Dona Norma, Rita e Meirejane vão vender acarajé durante Copa das Confederações (Foto: Lílian Marques/ G1)
Seis baianas foram selecionadas para vender os quitutes dentro da Arena. Entre elas estão Meirejane e dona Norma Bonfim, mãe e filha, que carregam lembranças do antigo estádio e agora voltam ao local para trabalhar. Desta vez, com uma mudança que - para elas e também para os clientes - vai fazer toda a diferença: os bolinhos serão fritos dentro do estádio.
"Depois da tragédia [da Fonte Nova] passei a viver de encomenda de acarajés, porque eu não tinha um ponto, como muitas outras baianas, inclusive minha mãe. É de muita importância para mim, é como voltar para casa", disse Meirejane Bonfim, que vende acarajés há 42 anos, a maior parte deles dedicados à Fonte Nova. A mãe dela, dona Norma, vende os bolinhos já há 60 anos. Para elas, a tradição do acarajé, que é patrimônio imaterial da Bahia é, além de cultural, familiar.
A seleção das baianas, de acordo com Rita Santos, foi feita com base na participação delas na campanha para que a venda fosse feita na Arena. Outras três ganharam o espaço porque já tiveram ponto de venda no antigo estádio. "Três delas já vendiam dentro da Fonte Nova antes da reforma. As outras três se engajaram, me procuraram para correr atrás dessa permissão", disse.
No total, cerca de 30 pessoas, entre baianas e auxiliares, vão trabalhar para o público da Arena Fonte Novas nos três jogos da Copa das Confederações. Entre as exigências da Secopa em relação à venda, estão higienização, curso de qualificação profissional para todos que vão atuar na comercialização dos bolinhos nos jogos, por exemplo. O uso de botijão de gás está vetado. As baianas vão fritar os acarajés em fogões elétricos. Elas serão abrigadas em estruturas criadas especialmente para as baianas, de 50 m² e 25 m². Os locais terão, respectivamente, quatro e dois quiosques, com caixas para o pagamento dos quitutes.
Rita Santos, da ABAM, secretários da Secopa Municipal e Estadual, Ney Campelo e Isaac Edngton, Bahia (Foto: Lílian Marques/ G1)Rita Santos, da ABAM, secretários da Secopa Municipal e Estadual, Ney Campello e Isaac Edington.
(Foto: Lílian Marques/ G1)
"Hoje a gente consolida um trabalho feito nos últimos meses. Acabamos de apresentar nossa seleção de baianas e sua capitã. Essa competição já teve vencedores, que são as baianas e a Bahia. Elas vão mostrar não só beleza, mas tradição em um espaço privilegiado", disse Isaac Edington, secretário da Secopa Estadual.
A expectativa das baianas é que após a Copa das Confederações, a comercialização do produto também seja permitida em outros jogos na Arena. A Secopa informou que essa medida está sendo avaliada, mas que não há nada definido até o momento. Outra situação que também é analisada pela Secopa é a permissão para vendedores ambulantes trabalharem dentro do perímetro de um quilômetro no entorno da Fonte Nova para comercializar bebidas, por exemplo. Uma decisão sobre isso deve sair na próxima semana.
No dia 5 de abril, quando a presidente Dilma Rousseff participou da inauguração da Arena, um grupo de baianas fez uma manifestação na frente do estádio pedindo a comercialização do acarajé.
Três jogos serão realizados na Arena Fonte Nova. A disputa mais esperada é Brasil x Itália, que será no dia 22 de junho. Antes, Nigéria e Uruguai se enfrentam no estádio, no dia 20. Já no dia 30, duas seleções vão definir o terceiro lugar na competição.