Fonte Noticias Terra
Centenas de pessoas aproveitaram a Via Sacra, ocorrida nesta sexta-feira na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro,
com a presença do papa Francisco, para realizarem uma manifestação
pacífica contra o governo estadual e municipal e contra os gastos com a
recepção ao líder religioso.
Desde o começo do protesto, às 17h, em frente à estação de metrô
Cardeal Arcoverde, os presentes deixaram claro que não são contrários ao
pontífice, mas que veem sua visita como uma oportunidade de exporem suas reivindicações.
"Nem sou contra o papa, acho que ele é um homem de bom coração.
Gostei que ele disse que os protestos têm que continuar, foi um tapa na
cara dos governantes. Mas o que ele vê aqui não é a realidade do
brasileiro, seja aqui em Copacabana ou mesmo em Varginha, onde ele foi",
criticou o estudante carioca Diego Patrick, próximo a um cartaz que
ironizava: "Rio de Janeiro - vencedor do Oscar 2014 de melhor
maquiagem".
Ainda no começo do protesto, quando o grupo de manifestantes era
pequeno, houve bate boca entre alguns deles e peregrinos, incomodados
com alguns cartazes exibidos, principalmente um que dizia que "Deus não
existe". Alguns fiéis olharam assustados, enquanto outros tentaram
argumentar.
"Eu defendo o direito deles de protestar, mas a reivindicação deles é
errada. Nós peregrinos pagamos taxas para estar aqui e estamos
consumindo em lanchonetes, supermercados, etc. Tudo isso é dinheiro para o Rio de Janeiro que compensam os gastos públicos", justificou o estudante Gustavo Chagas, de Barro Alto, em Goiás.
"Se não gostam do papa e acham errado receber um líder religioso,
entendam que está sendo recebido um chefe de estado. Acho que devereria
ser oferecido ainda mais do que eles ofereceram, porque turistas bem
recebidos sempre voltam e deixam dinheiro aqui", completou.
Por volta das 19h, o grupo saiu da estação de metrô rumo à avenida
Princesa Isabel e tentaram se aproximar do palco onde Francisco se
encontrava. A passeata seguiu sem incidentes, até que os manifestantes
foram impedidos de atravessar uma área reservada. Houve empurra-empurra,
e uma jovem disse ter sido empurrada por um policial.
A aproximação do protesto assustou alguns peregrinos, que olhavam
assustados ou rezavam em voz alta. Os participantes, por sua vez,
tentavam conquistar simpatizantes com o grito: "Você, abençoado, também é
explorado".
Toda a passeata foi acompanha pela Polícia Militar, inclusive com viaturas da tropa de choque, e por homens da Força Nacional de Segurança