Fonte G1Ba
A última segunda-feira de 2015 começou cedo para os fiéis de São Lázaro e São Roque, em Salvador. Às 4h30, quando a igreja abriu as portas, muitos já aguardavam lá pela primeira missa do dia, marcada para as 5h30. Era o momento de agradecer pela saúde e paz em 2015 e pedir tudo de novo para 2016.
A aposentada Valdelice Sacramento, 83 anos, chegou para a terceira missa, a das 9h. “Sou nascida e criada aqui em São Lázaro, mas agora moro no Cabula. Todo mês eu venho aqui agradecer. Minha coluna tava pifada, mas graças a Deus, a São Lázaro e São Roque, estou melhor”, conta a devota. Quem sobe os 14 degraus da capela na Federação costuma fazer pedidos relacionados à saúde e à cura de doenças.
Para o padre polonês Cristóvão Przychocki, há quatro anos à frente da igreja, é bonito ver a fé das pessoas nos dois santos. “É muito bonito ver a fé das pessoas, o sentimento de pertencer a um lugar. A gente abriu a igreja desde cedo, às 4h30, e já tinha gente. Hoje, ela fica aberta até as 20h, mas se a gente deixar a igreja aberta, o povo entra”, conta.
O professor aposentado Carlos Jacyntho da Silva, 67, vai todos os anos à igreja na última segunda-feira do ano. “Venho pedir, venho agradecer. Quando tá um pouco apertado, a gente pede”, brinca. O professor vai sempre com uma colega à igreja.
Além das missas já celebradas às 5h30, 7h, 9h e 11h, também haverá celebrações nesta segunda-feira (28) às 16h e às 18h. Os horários são os mesmos para a próxima segunda, dia 4 de janeiro, a primeira de 2016.
Enquanto as missas são celebradas, o tradicional banho de pipoca para Obaluaê – São Roque, no sincretismo religioso – e Omolu – São Lázaro – acontece nas escadarias da igreja. Há 25 anos, Janete Souza Santos oferece o banho às portas da capela. “O que as pessoas mais pedem é paz e saúde, prosperidade, e eu passo isso para elas”, diz.
Sem distinção religiosa, a advogada Cristiane Porto, católica, aproveitou a manhã para receber a benção dupla. Na igreja, um banho de água benta. Do lado de fora, o banho de pipoca. “Aproveitei que fiquei em Salvador e vim pela primeira vez. Na sexta-feira, fui lá na Igreja do Bonfim. Nunca tive distinção pela religião”, afirma.