Texto: Benito Pepe
O dia dos Mortos, é uma tradição que é
milenar. Este é um dos cultos mais antigos e que esteve presente em
quase todas as religiões, em especial nas mais antigas. A princípio era
ligado aos cultos agrários e de fertilidade. Para os mais antigos, os
mortos eram como sementes, e por isso eram enterrados com vistas à
ressurreição.
O binômio: morte-fertilidade,
explica a primitiva celebração de Finados com banquetes perto dos
túmulos. Essa associação levou o homem primitivo a implorar a proteção
dos mortos para as colheitas e plantações. Na antiguidade greco-romana, o
culto das almas (manes) era celebrado com o cerimonial da
vegetação. Hipócrates, baseado na mesma crença, afirmou que os espíritos
dos defuntos “fazem germinar e crescer as sementes”. Os hindus
comemoram os mortos em plena fase da colheita, como a festa principal do
período.
Desde o século 1º, os cristãos rezam
pelos falecidos; costumavam visitar os túmulos dos mártires nas
catacumbas para rezar pelos que morreram sem martírio. No século 4º, já
encontramos a Memória dos Mortos na celebração da missa, mas o dia de
Finados só foi oficialmente instituído pela Igreja Católica no século X
e denominado, na liturgia, omnium fidelium defunctorum (“de
todos os fiéis defuntos”). Com o passar do tempo, a comemoração
ultrapassou seu exclusivo aspecto religioso, para revelar uma feição
emotiva: a saudade de quem perdeu entes queridos. Hoje se celebra este
dia dizendo: “saudades sim! tristeza não!”
Imagem Google
Para os católicos, dizer que quando
uma pessoa morre tudo acabou não é verdade. Os católicos crêem que o
testemunho de vida daquele que morreu fica como luz acesa no coração de
quem continua a peregrinação. Para tanto, eles acendem velas no Dia de
Finados, buscando celebrar e perpetuar a luz do falecido.
A escolha da data se deu em virtude
do dia de todos os santos, 1º de novembro, pois os religiosos
acreditavam que todas as pessoas, ao morrerem em santidade, entram em
estado de graça, mesmo não sendo canonizados.
A doutrina católica evoca algumas passagens bíblicas para fundamentar sua posição (cf. Tobias 12,12; Jó 1,18-20; Mt 12,32 e II Macabeus 12,43-46), e se apóia em uma prática de mais de dois mil anos.
Curiosidades neste dia ou quanto a este dia:
No México, ao invés de melancolia, os
mortos são homenageados com grandes festas. Isso faz com que o país
receba visitas de turistas de todo mundo. Os mexicanos fazem uma
verdadeira festa nesse dia e preparam um grande banquete. Segundo a
tradição mexicana, nos dias 1º e 2 de novembro, Deus deixa os mortos
virem visitar os seus familiares que ainda estão na Terra. Ao mesmo
tempo, os mortos têm a oportunidade de comer e beber aquilo que mais
gostavam. Esse é um dos motivos dos grandes banquetes preparados nas
casas mexicanas no Dia de Finados.
Muitas vezes, no dia de finados, o
tempo fica nublado ou chuvoso. As crenças populares dizem que isso
acontece porque as lágrimas das pessoas são derramadas dos céus. Outra
tradição diz que chove nesse dia porque toda a tristeza das pessoas que
perderam um ente querido sobe ao céu e desce em forma de chuva para
lavar toda a mágoa de quem ficou.
No Brasil e na grande maioria dos
países, a celebração de Finados tem início na semana anterior, quando as
pessoas vão até os cemitérios limpar as sepulturas. No Dia de Finados,
também conhecido como Dia dos Mortos, as pessoas vão aos cemitérios
levar flores, acender velas e rezar pelos seus entes queridos que já
faleceram. Alguns também mandam rezar missas em nome dos falecidos.
Por fim, temos também que no dia de finados, quem
realmente aproveita a data são os proprietários de floriculturas, que
obtém até mesmo licença de suas prefeituras para montar barracas em
frente aos cemitérios. Além das floriculturas, outros comerciantes
também lucram com a data, como os carrinhos de lanches, as pessoas que
limpam os túmulos, os vendedores de santinhos, terços e velas, e até
mesmo os vendedores ambulantes de flores que ficam próximos aos
cemitérios.
Se você é
comerciante, fiel, católico, evangélico ou seja lá de qual religião for,
ou mesmo se não tem religião e nem fé, ao menos uma coisa é certa, em
princípio, deve estar Vivo para estar lendo este texto…Então comemore a
Vida, pois a única certeza que temos nesta vida é a Morte que nos
espera. E lembremo-nos com carinho de nossos entes queridos, assim
também esperamos ser lembrados.