Fonte G1
Frequentadores reclamam da manutenção e segurança do local. Inema diz que ações já estão sendo realizadas para melhorar região.
A Lagoa do Abaeté, um dos mais belos e famosos pontos turísticos de Salvador, está ameaçada pela falta de cuidados. A Lagoa é uma área protegida ecologicamente desde 1987, além de ser considerada um dos maiores locais de lazer ecológico do Nordeste. Dentro do Parque do Abaeté daria para construir 400 campos de futebol. “Antes as crianças brincavam, tinha parquinho, bem melhor, não se compara à situação atual”, compara Marcos Carvalho, morador da região.
No lugar dos turistas que se refrescavam na lagoa imortalizada nos versos de Dorival Caymmi há pouco movimento e até animais sendo banhados. As cenas entristecem os moradores.“A bagunça tá demais, a areia está ficando preta, tem cavalo, cachorro, tudo tomando banho, tá tudo ruim”, avalia Ivone Costa, lavadeira.
No Museu Casa da Música, a fubica de Dodô e Osmar, de onde nasceu o trio elétrico, quase não recebe visitas. Alguns turistas de São Paulo que passavam pelo local não quiseram demorar no parque por causa da preocupação com a segurança. “Nós estamos observando à distância, não chegamos a entrar, só ficamos na ‘porta’ para tirar uma fotografia da lagoa, mas não tivemos coragem de entrar”, admite Paulo Augusto Sgorlon.
O presidente da Liga de Esportes do bairro diz que o lixo e a situação da quadra também espantam os visitantes. “O bairro da Paz, 17, Coqueirinhos [regiões de Salvador] vinham para cá, agora não vem mais por causa da situação do campo”, diz Feliciano dos Anjos, presidente da Liga de Esportes do Abaeté.
Na maior parte do tempo os bares ficam vazios. Uma baiana de acarajé conta que está cada vez mais difícil vender os produtos do tabuleiro. “Bolinho, fica tudo aqui, a gente faz tudo quentinho, tudo bonitinho, mas fica tudo esperando os clientes”, desabafa Iraci de Oliveira, baiana de acarajé.“O abaeté é na verdade uma lagoa azul, hoje em dia é uma lagoa negra, que está secando e é uma tristeza, como se fosse uma lágrima indo embora”, conclui Alex Cossino, líder comunitário.
Segundo o Inema (Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos), que pertence à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, no ano passado foram realizadas várias ações de manutenção e preservação da Lagoa do Abaeté, como mutirões de limpeza, coleta seletiva de lixo e cursos de salvamento. Atualmente, segundo o instituto, está sendo feito um estudo para facilitar a gestão da área e a realização de novas medidas de prevenção e fiscalização do parque. também está em fase de licitação a contratação de uma empresa para fazer a guarda de todo o parque com cerca de 15 homens.