Morte de jovem vítima de estupro na Índia

Fonte G1
A morte de uma estudante de 23 anos vítima de estupro coletivo em um ônibus em Nova Délhi, na Índia, mobilizou manifestações no país neste sábado (29). Artistas de Bollywood, a indústria cinematográfica indiana, participaram de protestos.
Os líderes indianos multiplicaram os apelos feitos à população para que mantenha a calma. A polícia isolou partes do centro da capital.
O primeiro-ministro Manmohan Singh afirmou em um comunicado que estava 'profundamente triste' com a notícia da morte da jovem e que considera 'compreensíveis' as manifestações.

Indianos acendem velas em memória à jovem que morreu após ser estuprada por seis homens dentro de um ônibus em Nova Déli e sofrer agressões graves. Fato mobilizou onda de protestos pelo país. (Foto: AP Photo/Altaf Qadri)

A estudante chegou a ser levada para um hospital em Cingapura para ser tratada, mas morreu na sexta (28). 'A jovem morreu em decorrência dos graves ferimentos que sofreu. Lutou com valentia por sua vida, mas as lesões eram graves demais', indicou o diretor do hospital, Kelvin Loh.
Seis homens acusados de agredir a jovem estão presos. Além de estuprar a estudante, eles a teriam agredido com uma barra de ferro e a jogado para fora do ônibus. Eles deverão responder por assassinato e podem ser condenados à pena de morte.
Pais agradecem
O governo teve que se defender das denúncias de que a vítima teria sido levada para um hospital em Cingapura para impedir que morresse em território indiano e, com isso, evitar o aumento das tensões.
O embaixador T.C.A. Raghavan disse que a decisão foi tomada por razões médicas depois de consultas entre a equipe médica que atendeu a vítima e cirurgiões e médicos de Cingapura.
Raghavan também falou em uma entrevista coletiva à imprensa da terrível experiência vivida pelos familiares da vítima, provenientes de uma zona rural de Uttar Pradesh.
'Eles me pediram em várias ocasiões que dissesse que estão gratos pelas inúmeras mensagens de apoio e pelas condolências que receberam. Isto reforça a sua ideia de que a morte de sua filha levará a um futuro melhor para todas as mulheres da Índia e em Nova Délhi', acrescentou.

Jaya Bachchan e Hema Malini, atrizes de Bollywood, participam de protesto em Mumbai (Foto: AFP)
 
Realidade violenta
Os estupros coletivos ocorrem quase diariamente na Índia e muitos deles não são denunciados pelas vítimas, que não confiam na justiça e temem a reação dos policiais do sexo masculino.
No entanto, a natureza particularmente selvagem deste ataque desencadeou a revolta da população e levou o governo a prometer mais segurança para as mulheres e penas mais severas para os crimes sexuais.
"Já vimos as emoções e as energias que este incidente tem causado. São reações perfeitamente compreensíveis de uma Índia jovem e que, genuinamente, deseja a mudança', indicou Singh.
'Como mulher e mãe, entendo a dor. Sua luta não será em vão', disse Sonia Gandhi, líder do Partido do Congresso, que governa o país.
A polícia tem sido muito criticada por suas táticas para sufocar os protestos, que incluíram o uso frequente de gás lacrimogêneo e canhões de água.
Neeraj Kumar, chefe da Polícia de Nova Délhi, pediu em um comunicado que as pessoas mantenham a calma na cidade, e anunciou que a área do monumento Porta da Índia, assim como dez estações de metrô, serão fechadas ao público.
A líder política Sheila Dikshit disse que em breve serão dados 'passos sólidos' para proteger as mulheres na capital indiana. 'Por favor, mantenham a calma e tenham certeza de que ação necessária será adotada para que as mulheres tenham segurança em nossa cidade', disse Dikshit.