Incêndio em boate no RS - TRAGÉDIA EM SANTA MARIA

Fonte G1

Festa que acabou em tragédia reunia universitários em Santa Maria. 'Agromerados' tinha classificação etária de 18 anos, segundo boate. Estudantes da universidade de Santa Maria promoveram o evento. A festa em que ao menos 245 pessoas morreram na madrugada deste domingo (27) na boate Kiss, em Santa Maria, Região Central do Rio Grande do Sul, começou às 23h de sábado (26), de acordo com as informações divulgadas no site da casa noturna. O evento era direcionado para jovens universitários da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Segundo o banner de apresentação, estudantes dos cursos de agronomia, medicina veterinária, pedagogia, zootecnia, técnico em agronegócio e técnico em alimentos eram os organizadores do evento.  

A festa "Agromerados" tinha classificação etária de 18 anos e o ingresso custava R$ 15. As atrações confirmadas do evento no site da boate foram "Gurizada Fandangueira", "Pimenta e seus Comparsas" e os DJs Bolinha, Sandro Cidade e Juliano Paim. A Brigada Militar confirmou que o número oficial de mortos no incêndio é de 245. Todos os corpos das vítimas foram retirados da boate na manhã deste domingo (27). Ao menos outras 48 pessoas estão feridas e recebendo atendimento, segundo a polícia.

 

A polícia e o Corpo de Bombeiros ainda trabalham no local, checando as circunstâncias do fogo e retirando corpos da área. O número total de pessoas que estavam na boate durante a festa ainda não foi confirmado pelos autoridades.

O prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, decretou luto oficial de 30 dias. De acordo com o secretário de Relações de Governo e Comunicação, Giovani Manica, é a primeira vez que um luto tão extenso é decretado na cidade. O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, manifestou no Twitter o pesar pelo incêndio e se deslocou até o município para acompanhar os trabalhos. A presidente Dilma Rousseff também está indo para Santa Maria.
 A banda Gurizada Fandangueira, que tocava na boate Kiss em Santa Maria (RS) na hora do incêndio onde pelo menos 232 pessoas morreram e outras 131 se feriram na madrugada deste domingo (27), teve um de seus seis integrantes mortos: o sanfoneiro (gaiteiro) Danilo Jaques, o mais jovem do grupo.O baterista Eliel de Lima, de 31 anos, antes de deixar o local, desatou a sanfona das costas do amigo. Eliel diz que foi o último músico a deixar o palco. Nessa hora, Danilo estava parado ao lado da porta do banheiro, ainda preso à sanfona. Foi quando o baterista ajudou o colega a se livrar do instrumento.


"Àquela altura, o pessoal já estava correndo, a fumaça levantando, aí não o vi mais, estava tudo escuro, era uma fumaceira", lembra.

 Governo do Estado divulga lista com nomes de 233 mortos em tragédia em Santa Maria Ronald Mendes/Agencia RBS
Depois disso, Eliel saiu correndo em direção à saída e ficou esperando em um estacionamento em frente pelos outros cinco companheiros da banda. Aos poucos, os músicos se encontraram, mas Danilo não voltou.
anda Gurizada Fandangueira, que tocava na hora do incêndio em Santa Maria, teve um integrante entre os mortos: o sanfoneiro Danilo Jaques, que aparece acima de camisa azul e blazer preto (Foto: Arquivo pessoal)
"A gente saiu mal, no meio da fumaça, tive dor no peito. Fiquei aguardando para podermos nos achar, para ver quem tinha saído. Fomos nos encontrando aos poucos e ficamos na expectativa de achar o Danilo, mas ele não apareceu", relata.
Eliel só ficou sabendo da morte do amigo no início da tarde deste domingo, pois mora na cidade de Rosário e foi para casa depois do acidente.
Segundo o baterista, Danilo "era uma pessoa maravilhosa, parceira, com um jeito alegre e divertido". Ele conta que tentou ligar para a família da vítima, mas não conseguiu contato e decidiu não insistir para não atrapalhar os parentes nessa hora difícil.
Início do incêndio
Eliel lembra que a banda estava tocando há cerca de meia hora, depois das 3h da manhã, quando o fogo começou – as faíscas do show pirotécnico que o grupo usava atingiram a espuma do isolamento acústico no teto do estabelecimento e as chamas se espalharam.
Os integrantes da banda foram as primeiras pessoas a perceber o incidente, por isso conseguiram escapar rápido, "superapertados". Para chegar até a saída, tiveram que atravessar toda a boate Kiss, pois o palco ficava no lado oposto ao da porta externa.
"Um segurança chegou com um extintor de incêndio, tentou apagar o fogo, mas o extintor não funcionou", revela o baterista.



















O músico diz que não se machucou, apenas se esfolou. Ele conta que ficou em frente à boate por cerca de uma hora, até os bombeiros isolarem a área para pôr os corpos das vítimas na rua. Eliel deixou o local por volta das 4h da manhã.
Show pirotécnico
A banda Gurizada Fandangueira tocava na boate Kiss pelo menos uma vez por mês, de acordo com o baterista. Nas apresentações, o grupo costumava usar efeitos de pirotecnia, que duravam apenas alguns segundos, segundo Eliel.
"Nunca deu problema, e não são os músicos que controlam isso, mas um rapaz da equipe técnica. A gente usava aqueles negócios no chão, que levantam e se apagam sozinhos. Acho que aciona por controle remoto", diz.
Segundo o baterista, os companheiros ainda não conversaram sobre o acidente nem sobre o futuro da banda. Eliel toca na na Gurizada Fandangueira há apenas nove meses, mas o grupo existe há quase dez anos e fazia show do CD "O som que o povo gosta".
Em um dos perfis da banda no Facebook, há um texto de apresentação que diz: "Com a grande experiência comprovada em bailes e shows, demonstra além de todo seu talento, muita inovação em estrutura, efeitos visuais e pirotécnicos, os quais fazem toda a diferença na identidade exclusiva da banda".
Integrantes de outra banda desaparecidos
Valderson Wottrich, líder da banda Pimenta e seus Comparsas, que tocava na boate Kiss antes do incêndio, disse que dois dos quatro membros do grupo ainda estão desaparecidos.
A banda se apresentou entre 1h e 2h10, antes da entrada do grupo Gurizada Fandangueira, que usou efeitos pirotécnicos durante o show. O vocalista conta que foi difícil enxergar quando abriu a porta para sair do camarim. Ele e o outro integrante conseguiram sair a tempo, logo no início do incêndio, mas os outros dois integrantes estão desaparecidos.
"Conseguimos sair logo no início pela porta que tinha um metro e meio de largura. Só conseguíamos enxergar 5 centímetros à frente por causa da fumaça preta", relata.
"Àquela altura, o pessoal já estava correndo, a fumaça levantando, aí não o vi mais, estava tudo escuro, era uma fumaceira", lembra.
Depois disso, Eliel saiu correndo em direção à saída e ficou esperando em um estacionamento em frente pelos outros cinco companheiros da banda. Aos poucos, os músicos se encontraram, mas Danilo não voltou.
"A gente saiu mal, no meio da fumaça, tive dor no peito. Fiquei aguardando para podermos nos achar, para ver quem tinha saído. Fomos nos encontrando aos poucos e ficamos na expectativa de achar o Danilo, mas ele não apareceu", relata.
Eliel só ficou sabendo da morte do amigo no início da tarde deste domingo, pois mora na cidade de Rosário e foi para casa depois do acidente.
Segundo o baterista, Danilo "era uma pessoa maravilhosa, parceira, com um jeito alegre e divertido". Ele conta que tentou ligar para a família da vítima, mas não conseguiu contato e decidiu não insistir para não atrapalhar os parentes nessa hora difícil.
Início do incêndio
Eliel lembra que a banda estava tocando há cerca de meia hora, depois das 3h da manhã, quando o fogo começou – as faíscas do show pirotécnico que o grupo usava atingiram a espuma do isolamento acústico no teto do estabelecimento e as chamas se espalharam.
Os integrantes da banda foram as primeiras pessoas a perceber o incidente, por isso conseguiram escapar rápido, "superapertados". Para chegar até a saída, tiveram que atravessar toda a boate Kiss, pois o palco ficava no lado oposto ao da porta externa.
"Um segurança chegou com um extintor de incêndio, tentou apagar o fogo, mas o extintor não funcionou", revela o baterista.
O músico diz que não se machucou, apenas se esfolou. Ele conta que ficou em frente à boate por cerca de uma hora, até os bombeiros isolarem a área para pôr os corpos das vítimas na rua. Eliel deixou o local por volta das 4h da manhã.
Show pirotécnico
A banda Gurizada Fandangueira tocava na boate Kiss pelo menos uma vez por mês, de acordo com o baterista. Nas apresentações, o grupo costumava usar efeitos de pirotecnia, que duravam apenas alguns segundos, segundo Eliel.
"Nunca deu problema, e não são os músicos que controlam isso, mas um rapaz da equipe técnica. A gente usava aqueles negócios no chão, que levantam e se apagam sozinhos. Acho que aciona por controle remoto", diz.
Segundo o baterista, os companheiros ainda não conversaram sobre o acidente nem sobre o futuro da banda. Eliel toca na na Gurizada Fandangueira há apenas nove meses, mas o grupo existe há quase dez anos e fazia show do CD "O som que o povo gosta".
Em um dos perfis da banda no Facebook, há um texto de apresentação que diz: "Com a grande experiência comprovada em bailes e shows, demonstra além de todo seu talento, muita inovação em estrutura, efeitos visuais e pirotécnicos, os quais fazem toda a diferença na identidade exclusiva da banda".
Integrantes de outra banda desaparecidos
Valderson Wottrich, líder da banda Pimenta e seus Comparsas, que tocava na boate Kiss antes do incêndio, disse que dois dos quatro membros do grupo ainda estão desaparecidos.

A banda se apresentou entre 1h e 2h10, antes da entrada do grupo Gurizada Fandangueira, que usou efeitos pirotécnicos durante o show. O vocalista conta que foi difícil enxergar quando abriu a porta para sair do camarim. Ele e o outro integrante conseguiram sair a tempo, logo no início do incêndio, mas os outros dois integrantes estão desaparecidos.

"Conseguimos sair logo no início pela porta que tinha um metro e meio de largura. Só conseguíamos enxergar 5 centímetros à frente por causa da fumaça preta", relata.