Fonte G1 Bahia
Raimunda Santos abandonou trabalho e não sai de casa há dois anos.Doméstica mora no Canabrava, em Salvador, e vive com ajuda de vizinhos.
Uma moradora do bairro de Canabrava, em Salvador, que pesa cerca de 230 kg, segundo conta, não consegue sair de casa há dois anos. Raimunda Santos, de 58 anos, trabalhava como doméstica, mas teve que largar o emprego por conta da dificuldade de locomoção.
Ela passa a maior parte do dia sentada, em cima de três colchões na sala da casa onde vive, sem conseguir sequer ir ao banheiro sozinha, já que precisa da ajuda do filho para se levantar. Em função do cansaço, nem sempre a moradora pode deixar a cama improvisada e, por isso, precisa usar fraldas.
A situação de Raimunda Santos comoveu os moradores do bairro de Canabrava, que ajudam a família da doméstica com doações. "A gente providencia o material para ela fazer a limpeza para não ferir mais [a assadura]", relata a agente comunitária Fábia Silva.
Raimunda conta que, aos 20 anos, pesava 50 kg e que começou a engordar no período da gravidez. Ela só foi perder o controle do peso há oito anos, depois da morte de um irmão e de um grave acidente envolvendo o seu único filho. A moradora de Canabrava conta ainda que, na última vez que se pesou, há três anos, estava com 130 kg.
O filho de Raimunda Santos relata que, em novembro de 2012, ela não conseguiu ser internada no Hospital Geral Roberto Santos, situado na Avenida Luis Vianna Filho, por conta da dificuldade para conseguir transporte. "Falou que estava dependendo só da liberação do carro do Corpo de Bombeiros", explicou Davi Gomes.
A dona de casa toma remédios para controlar o colesterol, a pressão alta e para tratar as feridas causadas pelo uso das fraldas. Segundo ela, a família gasta metade do salário mínimo que recebe por mês com os seus cuidados.
A moradora faz um apelo para que as pessoas a ajudem a conseguir um veículo para levá-la ao hospital, com o objetivo de realizar a cirurgia bariátrica e reduzir o estômago. "Quem tiver me ouvindo, pelo amor de Deus, se tiver condições, se tiver um carro venha me buscar para eu fazer essa cirurgia de estômago. Eu não estou vivendo, eu estou morrendo aos poucos", apelou.