Morre, aos 72 anos, o cantor e sanfoneiro Dominguinhos

Fonte iBahia
O cantor, sanfoneiro e compositor Dominguinhos, um dos maiores representantes do legado deixado pelo rei do baião, Luiz Gonzaga, morreu aos 72 anos, nesta terça-feira (23), no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele morreu às 18h, devido a complicações infecciosas e cardíacas no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, informou a unidade de saúde por meio de nota de falecimento. 
Segundo o Estadão, a esposa do músico, a cantora Guadalupe Mendonça, afirmou que passou a tarde com Dominguinhos e que ouviram juntos a música dele, Casa Tudo Azul, a qual seria a de sua despedida. "Ele partiu assim, lentamente, foi embora com os anjos", afirmou Guadalupe, segundo a publicação.  À Folha de S. Paulo, ela falou sobre o enterro do sanfoneiro: "vamos tentar organizar um velório em São Paulo para que as pessoas possam se despedir dele e, depois, levá-lo ao Recife para o enterro", disse.  
Ele estava internado neste hospital desde o último dia 13 de janeiro, onde vinha sendo tratado desde que fora transferido de Recife. Na capital pernambucana, ele estava internado em um hospital desde o dia 17 de dezembro do ano passado, onde deu entrada com arritmia cardíaca e infecção respiratória. Há seis anos, o sanfoneiro lutava contra um câncer no pulmão.
Nascido em Garanhuns, no dia 12 de fevereiro de 1941, José Domingos de Morais, famoso como Dominguinhos, alcançou grande reconhecido em todo mundo, como grande instrumentista, cantor e compositor. 


 
Em 1950, aos nove anos de idade, conheceu Luiz Gonzaga quando tocava na porta do hotel em que este estava hospedado. Luiz Gonzaga se impressionou com a desenvoltura do menino e o convidou a ir ao Rio de Janeiro. O que o menino fez com toda família. Ao encontrar-se com o rei do baião no Rio, Gonzagão lhe deu de presente uma sanfona e o integrou à sua equipe de músicos. Dominguinhos passou a fazer shows pelo Brasil e participar de gravações.

Exímio sanfoneiro, o autor de grandes sucessos como a linda canção 'Lamento Sertanejo' (Dominguinhos/Gilberto Gil), teve como mestres nomes como Luiz Gonzaga e Orlando Silveira. Em sua formação musical Dominguinhos teve influências de baião, bossa nova, choro, forró, xote e jazz.

Em sua discografia, que contou com diversas participações da sua ex-mulher, a cantora Anastácia, com mais de 40 títulos lançados, estão discos gravados desde a década de 60 (o primeiro foi Fim de Festa - 1964) até os anos 2000 (o último foi o belíssimo Yamandu + Dominguinhos de 2008).
Com uma carreira de 50 anos, o sanfoneiro coleciona prêmios, entre eles o Prêmio da Música Brasileira, conquistado em 2008, e o Prêmio Shell de Música, em 2010, com as composições De Volta pro Aconchego, Gostoso Demais e Tenho Sede, sendo que as duas primeiras são resultado de parceria com o também pernambucano Nando Cordel. Ele foi vencedor também do Grammy Latino com o CD Chegando de Mansinho. Um de seus grandes sucessos - Eu Só Quero um Xodó -, de 1973, teve 250 regravações em vários idiomas entre eles o inglês, holandês e italiano.