A ciência não tem evidências se a
prática faz bem ou mal à saúde. Não há registros antropológicos da
prática entre humanos, apesar de ser comum entre muitas espécies de
mamíferos.Um hábito estranho e sem precedentes antropológicos tem se espalhado
pelos Estados Unidos: comer placenta. Após o parto, mães têm pedido aos
médicos que congelem suas placentas, ao invés de simplesmente
descartá-las. As mulheres acreditam que comer a placenta após o
nascimento do bebê traz benefícios à saúde, apesar da escassez de
pesquisas científicas na área.
A placenta é um tecido rico em ferro e hormônios
benéficos do pós-parto, como progesterona e ocitocina, por isso
acredita-se que ingeri-la traga benefícios. É por ela que passam
nutrientes essenciais da mãe para o bebê. Algumas pessoas acreditam que a
prática pode diminuir o sangramento pós-parto, ajudar o útero a voltar
a seu tamanho normal, enriquecer a produção de leite e prevenir a
depressão pós-parto. No entanto, nenhuma dessas ações são comprovadas.
Nem mesmo no mundo animal, onde a prática é comum,
há comprovação de que alimentar-se de placenta traga algum benefício. A
maioria dos mamíferos praticam a placentofagia, no entanto, não existem
evidências antropológicas de que a prática existiu entre humanos.
Da mesma forma que não há comprovação sobre os
benefícios, não há também comprovação científica se a ingestão da
placenta cause algum dano à saúde.
As placentas são cozidas, desidratadas,
transformadas em pó e, em seguida, encapsuladas. As pacientes entregam o
órgão, mantido em ambiente refrigerado, até 48 horas depois do parto.
No estado do Utah, nos EUA, onde a prática vem se
difundindo, o pacote básico, com um vidro de cápsulas e o cordão
umbilical desidratado custa 200 dólares.