Fonte O Globo
Internado desde o último dia 10 com pneumonia, no Hospital Centro
Médico de Campinas, no interior paulista, morreu nesse sábado (19), às
11h50, o escritor e educador Rubem Alves.
Em boletim divulgado no começo da manhã de sábado, os médicos que o
assistiam informaram sobre uma piora do estado de saúde do escritor, com
agravamento das funções renal, pulmonar e circulatória, que evoluíram
para um quadro de falência múltipla orgânica. A nota foi assinada pelo
cardiologista intensivista, Roberto Munimis.
Rubem Alves nasceu em Boa Esperança, no sul de Minas Gerais, no dia
15 de setembro de 1933, e morava em Campinas (SP), onde mantinha um
instituto para promover a inserção social por meio da educação. O
Instituto Rubem Alves também dá assistência a educadores.
Além de escritor e pedagogo, Rubem Alves era poeta, filósofo,
cronista, contador de histórias, ensaísta, teólogo, psicanalista,
acadêmico e autor de livros para crianças. É considerado uma das
principais referências no pensamento sobre educação e tem uma
bibliografia que conta com mais de 160 títulos distribuídos em 12
países.
O Ministério da Cultura divulgou nota de pesar pela morte do escritor:
"Rubem Alves era um encantador. Em seu texto Sobre a Morte e o
Morrer disse que 'permanecemos humanos enquanto existe em nós a
esperança da beleza e da alegria'. Foi esta esperança que ele buscou
despertar em cada um que tinha contato com sua pessoa e seu pensamento.
Rubem lidou com as palavras com raro talento, acrescentou poesia para
cada tema que tratou. Buscou em diferentes disciplinas (teologia,
psicologia, sociologia, filosofia) uma maneira de ler o Mundo e
compartilhá-lo com todos através da Educação. Sua vocação era cultivar
um futuro melhor. O mundo perde um pensador brilhante e humano."