Após perda da pele, homem tem mão costurada à barriga em Eunápolis/Ba

Fonte: iBahia
Um acidente de trabalho que provocou a retirada quase total da pele da mão esquerda fez com que um homem de Eunápolis, na Bahia, ficasse 42 dias com o membro costurado à barriga para recuperar parte dos movimentos. Sócio-proprietário numa empresa de cerâmica de produção de blocos de argila, Ângelo Leopoldo Roldi, 44, teve a pele da mão arrancada quando foi tirar pedras de uma máquina de moer argila, ligada por acidente por um funcionário dele. O acidente ocorreu em 2009.
A máquina possui dois cilindros que giram, levando para dentro e moendo o que cai nela. No acidente, a mão de Ângelo foi "sugada" e a pele da mão saiu quase inteira, levando boa parte dos cinco dedos. Restou apenas uma pequena parte da palma da mão. "Se eu não estivesse apoiado com a mão direita, a máquina iria puxar meu braço todo", disse Ângelo. Na medicina, o que ocorreu com ele é chamado de "desenluvamento", já que a pele da mão foi retirada como se fosse uma luva. "Até uns números de telefone que eu tinha anotado ficou certinha na mão ainda", disse Ângelo, que relatou não ter sentido dor na hora, "apenas uma queimação".

Decisão médica

Ângelo teve parte dos movimentos da mão recuperados graças a enxerto de pele.  A intervenção teve de ser feita porque não havia como reimplantar a pele retirada, pois ela estava muito suja de argila e o risco de uma infecção generalizada era muito alto. Havia pouco tempo também para que ele fosse transferido para outro local com melhor capacidade de atendimento; em oito horas, se nada tivesse sido feito, a única solução era uma amputação do membro. Ângelo foi operado no Hospital Regional de Eunápolis (municipal), onde permaneceu por 60 dias. A equipe médica que o atendeu entrou em contato com o cirurgião plástico Leonardo Canhestro, de Belo Horizonte (MG).  Após ver as fotos de Ângelo, Canhestro orientou o médico Hugo Serrano, por telefone, a costurar a mão do paciente dentro da barriga. "Nestes casos, normalmente, a indicação é de amputação no meio do antebraço [entre o cotovelo e o punho]. Esta cirurgia foi idealizada em menos de 1 hora", disse o médico Leonardo Canhestro, que acompanhou Ângelo na recuperação junto com Hugo Serrano.
 

Recuperação

Após a cirurgia, Ângelo teve de ficar por 42 dias com a mão costurada à barriga, cuja pele daria novo formato à mão. Durante esse período, ele ia sofrendo cortes no abdômen para a mão não se adaptar com a irrigação de sangue oriunda da barriga, já que o correto é o sangue que circula pela mão chegar pelas veias do braço.A maior dificuldade dessa época, diz ele, era para dormir, sempre de barriga pra cima, e depois ter de ficar com um braço pendurado também para o alto. "Eu dormia por causa do cansaço. [...] Na época, só me alimentava de sopa. Eu passei por uma anemia muito profunda, tive de tomar uns remédios por isso também", disse.Após a retirada da mão da barriga, os médicos terminaram de encobrí-la, costurando-a. E para cobrir o espaço da barriga que foi para a mão, foi esticada a pele localizada pouco abaixo do peitoral e costurada no "pé da barriga". "Eu fiquei corcunda por uns dias, mas depois a pele foi esticando e fiquei normal", disse Ângelo, que só foi ver a mão depois de 80 dias do acidente, ocorrido em 22 de janeiro de 2009. "Chorei muito quando vi minha mão", disse.
O caso "é excepcional no Brasil", segundo  o médico cirurgião plástico e um dos principais especialistas em mão do país, Luiz Mário Bonfatti, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. "Eu mesmo só vi casos no Brasil de desenluvamento parcial, com perda de dois a três dedos, nunca os cinco", disse.Sobre o procedimento realizado em Ângelo, ele disse que ""é muito trabalhoso para ocorrer a recuperação, da forma como foi feita, mas é possível".
Hoje, Ângelo trabalha com a extração de argila, dirigindo uma retroescavadeira. "Prefiro trabalhar no meio do mato, coletando argila para a cerâmica. Desde o acidente, não consigo mais trabalhar com gente, ficou um trauma que não sei explicar direito", disse.

Ivete e convidados fazem arrastão de Carnaval - Salvador/Ba

Fonte: iBahia
A manhã desta quarta-feira 18/02/2015 foi de puro agito em Salvador. Isso porque vários famosos marcaram presença no tradicional arrastão promovido pela cantora Ivete Sangalo. Dentre os convidados da festa, estavam as cantoras Alinne Rosa, Valesca Popozuda e o cantor Levi Lima.

10 fatos que marcaram o carnaval de Salvador/Ba 2015

Fonte iBahia
 
Alguns acontecimentos ficaram marcados neste carnaval. O maior deles, sem dúvidas, foi a cirurgia de emergência que o cantor Márcio Victor teve que ser submetido. Com um quadro de apendicite, o líder da banda Psirico deixou seus fãs apreensivos com a possibilidade de não cantar mais neste carnaval, mas uma cirurgia minimamente invasiva permitiu que puxasse os blocos Inter e As Muquiranas.

O prefeito ACM Neto também surpreendeu neste carnaval e não foi por conta da organização da festa. Neto chamou atenção dos baianos ao requebrar até o chão ao som de 'Homem não chora', de Pablo.

A calcinha modeladora de Claudia Leitte também deu o que falar. Depois de perceber que a peça estava à mostra, a cantora "sumiu" de seu trio por cerca de dois minutos e mesmo não tendo parado de cantar, recebeu algumas vaias de alguns foliões que queriam ver a cantora.

O cantor Bell Marques também foi vaiado neste Carnaval. O artista, que se apresentou no Camarote Skol Beats Sense na noite de quinta-feira (12), subiu ao palco com 1h15 de atraso e foi vaiado pelo público. De acordo com a assessoria do músico, o atraso ocorreu devido a outro show que ele fez, desta vez em um trio elétrico patrocinado pelo Governo da Bahia, no circuito Campo Grande.

O beijo de Theodoro Cochrane com um moreno também foi um dos assunto que mais chamaram atenção neste ano. O flagra, feito em um camarote da folia baiana foi repercutido nacionalmente e o ator ganhou o apoio do ex-BBB Jean Wyllys.

Uma suposta tentativa de affair do ator Rômulo Neto com uma loira no carnaval de Salvador também ganhou uma repercussão acima do esperado. O namorado da atriz Cleo Pires foi fotografado conversando ao pé do ouvido com a personal trainer Natalia Di Tullio e acabou sendo acusado de tentar algo a mais com a foliã. Natália e Rômulo negaram qualquer tentativa de affair.

A segunda-feira (16) amanheceu com uma má notícia para alguns foliões. O teto de um camarote desabou no circuito Barra-Ondina por causa das forte chuvas que caíram na capital baiana. A festa no local precisou ser cancelada e quem tinha comprado ingresso para assistir o desfile de trios no camarote pode pedir o dinheiro investido de volta ou trocar pelo acesso a outro camarote.

Na madrugada da terça-feira (17), uma turista carioca de 28 anos foi estuprada por um taxista logo após deixar o circuito Dodô (Barra-Ondina) durante o Carnaval de Salvador. Segundo a Polícia Civil, ela pegou o táxi perto de uma locadora de veículos por volta das 5h, mas pegou no sono e acabou sendo levada para rua Troboy, em Piatã, onde foi estuprada.

Após o imbróglio envolvendo a sua participação na festa, o cantor Igor Kannário levou uma multidão ao circuito Osmar. "Me sinto abençoado por Deus, blindado pelo escudo dele e cada dia que passa eu acredito ainda mais em Deus. Fico muito emocionado em ver essa demonstração de carinho do povo", disse o príncipe do guetto.

Uma novidade também deu o que falar na folia baiana em 2015. Casais que fossem curtir a festa no Camarote Salvador tinham a oportunidade de conhecer uma "cápsula do amor". A 15 metros de altura, a cápsula Durex permitia que casais passassem 10 minutos dentro da estrutura que contava com frigobar, ar condicionado, televisão, banheiro, sofá, mesa e cadeiras, onde era possível fazer de tudo, desde que respeitassem o tempo determinado.

Um pouco de Alessandro Volta

Fonte: Wikipédia
Alessandro Giuseppe Antonio Anastasio Volta nasceu e foi educado em Como, Ducado de Milão, onde se tornou professor de física na Escola Real em 1774. A sua paixão foi sempre o estudo da eletricidade, e como um jovem estudante, ele escreve um poema em latim na sua nova fascinante descoberta. De vi attractiva ignis electrici ac phaenomenis inde pendentibus foi o seu primeiro livro científico. Apesar da sua genialidade desde jovem, começou a falar somente aos quatro anos de idade.
Em 1751, com seis anos de idade, foi encaminhado pela família para a escola jesuítica, pois era de interesse familiar que seguisse carreira eclesiástica, porém, em 1759, com quatorze anos decidiu estudar física, e dois anos depois abandonou a escola jesuítica e desistiu da carreira eclesiástica. Em 1775 aprimorou o eletróforo, uma máquina que produz eletricidade estática.
 
Volta é comumente creditado como o inventor dessa máquina que foi de fato inventada três anos antes.
Estudou a química de gases entre 1776 e 1778.
Após ler um ensaio de Benjamin Franklin sobre "ar inflamável" , cuidadosamente procurou-o em Itália. Volta descobriu o metano.
Em Novembro de 1776, Volta encontrou metano no lago Maior, e em 1778 ele conseguiu isolar o metano.
Em 1779 tornou-se professor de física na Universidade de Pavia, posição que ocupou durante 25 anos.
Em 1794 Volta casa-se com Teresa Peregrini, filha do conde Ludovico Peregrini. O casal teve três filhos.
Em setembro de 1801 Volta viaja a Paris aceitando um convite do imperador Napoleão Bonaparte, para mostrar as características de seu invento (a pilha) no Institut de France. Em honra ao seu trabalho no campo de eletricidade, Napoleão nomeou Volta conde em 1810.
Em 1815, o imperador da Áustria nomeou Volta professor de filosofia na Universidade de Pádua.
Volta está enterrado na cidade de Como, Itália. O "Templo Voltiano" perto do lago de Como é um museu devotado ao trabalho do físico italiano: os seus instrumentos e as publicações originais estão à mostra de todos.
Em 1800, como resultado de uma discórdia profissional sobre a resposta galvânica, defendida por Luigi Galvani (segundo a qual, os metais produziriam eletricidade apenas em contato com tecido animal), Volta desenvolveu a primeira pilha eléctrica (comprovando que, para a produção de eletricidade, a presença de tecido animal não era necessária), um predecessor da bateria eléctrica.
Volta determinou que os melhores pares de metais dissimilares para a produção de eletricidade eram o zinco e a prata.
Inicialmente, Volta experimentou células individuais em série, cada célula era um cálice de vinho cheio de salmoura na qual dois eléctrodos dissimilares foram mergulhados. A pilha eléctrica substituiu o cálice com um cartão embebido em salmoura. O número de células, e consequentemente, a tensão elétrica que poderiam produzir, estava limitado pela pressão exercida pelas células de cima, que espremiam toda a salmoura do cartão da célula de baixo.
No período de 1800 a 1815, após a invenção da pilha, houve grande evolução da eletroquímica.
Homenagem Póstuma
Em 1881, uma unidade eléctrica fundamental, o volt, foi nomeada em homenagem a Volta. Volta aparecia nas antigas notas de dez mil liras italianas, hoje fora de circulação. Também em sua homenagem, uma cratera lunar recebeu o seu nome.
 
 

Os 30 anos da axé music - Salvador/Ba

Fonte: Wikipédia
A palavra "axé" é uma saudação religiosa usada no candomblé e na umbanda, que significa energia positiva. Expressão corrente no circuito musical soteropolitano, ela foi anexada à palavra em inglês music pelo jornalista Hagamenon Brito em 1987 para formar um termo que designaria pejorativamente aquela música dançante com aspirações internacionais.
Gênero que redefiniu a música pop brasileira, a axé music completa três décadas em 2015. Da gestação não planejada nos anos 1980, passando pela consagração comercial nos 1990, até a necessidade de se misturar com outros estilos para sobreviver nos anos 2000, confira os personagens, as músicas e os principais momentos desta história.Com o impulso da mídia, o axé music rapidamente se espalhou por todo o país (com a realização de carnavais fora de época, as chamadas micaretas), e fortaleceu-se como potencial mercadológico, produzindo sucessos durante todo o ano, tendo como maiores nomes Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Margareth Menezes, Asa de Águia, Chiclete com Banana, entre outrosO MARCO INICIALOs pioneiros do gênero foram os músicos da renomada banda Acordes Verdes, que acompanhava Luiz Caldas e eram músicos de estúdio da W.R, em Salvador. O principal arranjador do estúdio, na altura, era o compositor Alfredo Moura. Luiz Caldas já era um músico experiente quando gravou Fricote, para o disco Magia, em 1985. A música, que misturava ritmos afros e sintezadores, explodiu durante o Carnaval na Bahia e se alastrou rapidamente para todo o Brasil. Tocando sem parar no rádio e na TV – Caldas não saía do Cassino do Chacrinha, por exemplo –, Fricote vendeu mais de 400 mil cópias do seu LP e fundou o gênero que mudaria para sempre a música pop brasileira.
Nascido no estúdio WR, no bairro da Graça, em Salvador, com a formação de um grupo de músicos jovens que viria a substituir a banda residente, comandada por Toninho Lacerda (irmão do pianista Carlos Lacerda). O primeiro, da nova leva, a ser contratado foi o baterista Cesinha. Depois dele, o compositor, pianista, e arranjador Alfredo Moura, que na época estudava composição e regência na escola de música da UFBA, tendo como professores: Lindembergue Cardoso, Ernst Widmer, Jamary Oliveira, e Paulo Costa Lima, entre outros. Luiz Caldas veio em seguida, trazendo o percussionista Tony Mola. Carlinhos Brown foi o último, dessa leva, a entrar, tendo sido submetido a uma audição e sendo aprovado já por Alfredo Moura, na altura o principal arranjador do estúdio.
Em meados da década de 1980, Luiz Caldas e Paulinho Camafeu compuseram juntos o primeiro sucesso nacional daquela cena musical de Salvador: "Fricote (Nega do cabelo duro)", gravado por Luiz Caldas. O ritmo era o deboche, criado por Alfredo Moura e Carlinhos Brown. O arranjo inovador e de alta qualidade técnica foi marcante para que a canção (de apenas dois acordes) se tornasse um dos maiores sucessos brasileiros. A canção imediatamente tornou-se um hit e espalhou-se por todo o país, virando um marco para o axé. Com uma introdução épica, onde os teclados simulando metais eram precedidos por uma percussão dançante, a canção traduzia a necessidade de afirmação de uma geração de músicos que não queria ficar no ostracismo causado pela fuga de artistas para o eixo Rio-São Paulo. Era criado um polo criador, um centro musical poderoso, onde o estilo, concebido por Alfredo Moura, com a ajuda dos músicos da banda Acordes Verdes, principalmente o Carlinhos Brown, se tornaria referência para as próximas três gerações vindouras, colocando a música da Bahia num cenário pioneiro, dinâmico, e inovador.
Uma nova geração de estrelas aparecia para o Brasil: Banda Reflexus (do sucesso "Madagascar Olodum"), Sarajane (do clássico "A Roda"), Cid Guerreiro (do "Ilariê, gravado por Xuxa), Chiclete com Banana (que vinha de uma tradição de bandas de baile), banda Cheiro de Amor (com Márcia Freire) e Margareth Menezes (a primeira a engatilhar carreira internacional, com a bênção do líder da banda americana de rock Talking Heads, David Byrne). No início da década de 1990, o Olodum foi convidado pelo cantor e compositor americano Paul Simon para gravar participação no disco The Rhythm of The Saints e posteriormente tocou com Michael Jackson no clipe da canção "They Don't Care About Us" nas ruas do Pelourinho e outras parcerias com artistas internacionais e nacionais, que aumentaram a visibilidade do grupo.
Guinada para o frevo e pop-rock
Aquela nova música baiana avançaria mais ainda na direção do pop em 1992, quando o Araketu resolveu injetar eletrônica nos tambores, e o resultado foi o disco Araketu, gravado pelo selo inglês independente Seven Gates, e lançado apenas na Europa. No mesmo ano, Daniela Mercury lançaria O Canto da Cidade, e o Brasil se renderia de vez ao axé. Aberta a porta, vieram Asa de Águia, Banda Eva (que nasceu do Bloco Eva e revelou Ivete Sangalo), Banda Mel (que depois assinaria como Bamdamel), Banda Cheiro de Amor, Ricardo Chaves, Babado Novo (que revelou Claudia Leitte), etc. A explosão comercial do axé passou longe da unanimidade. Dorival Caymmi reprovou suas qualidades artísticas, Caetano Veloso as endossou. Das tentativas de incorporar o repertório das bandas de pop rock, nasceu a marcha-frevo, que transformou sucessos como "Eva" (Rádio Táxi) e "Me Chama" (Lobão) em mais combustível para a folia.
Enquanto o Axé music se fortalecia, alguns nomes buscavam alternativas criativas para a música baiana. O mais significativo deles foi a Timbalada, grupo de percussionistas e vocalistas liderado por Carlinhos Brown (cuja música "Meia Lua Inteira" tinha estourado na voz de Caetano Veloso em 1989), veio com a proposta de resgatar o som dos timbaus, que há muito tempo estavam restritos à percussão dos terreiros de candomblé. Paralelamente à Timbalada, Brown lançou dois discos solo – Alfagamabetizado (1996) e Omelete Man (1998), arranjados por Alfredo Moura, que com sua autoral incorporação de várias tendências do pop e da MPB à música baiana, obteve grande reconhecimento no exterior. Além disso, ele desenvolveu um trabalho social e cultural de alta relevância entre a população da comunidade carente do Candeal, em Salvador, com a criação do espaço cultural Candyall Guetho Square, o grupo de percussão Lactomia (para formar uma nova geração de instrumentistas) e a escola de música Paracatum.
O FATOR DANIELA

Empolgadas com o sucesso de Luiz Caldas, as gravadoras começaram a vasculhar a Bahia atrás de novos tilintadores de caixas registradoras. Um dos maiores acertos foi uma baiana ligada no 220 volts: Daniela Mercury. A morena de voz grave já era um sucesso no Nordeste com a música Swing da Cor, hit do seu primeiro disco, homônimo, lançado em 1991. Um ano depois, o país todo se rendia ao álbum O Canto da Cidade, cuja faixa-título foi tocada à exaustão e reforçou o poder de fogo do axé.
DANÇANDO, DANÇANDO

Até 1995, todo mundo dançava axé da maneira que achasse melhor. Mas, naquele ano, um grupo botou ordem na folia. Amparado por duas dançarinas de vestuário reduzido, o Gera Samba acrescentou uma dose de erotismo ao gênero, com coreografias criadas a partir das letras de suas músicas – que, com alguma generosidade, podem ser consideradas de duplo sentido. É o Tchan!, do disco homônimo (e que depois veio a se tornar o nome da banda), foi a primeira a ganhar coreografia, seguida de uma infinidade de outras que ensinavam o público a mexer o quadril enquanto apalpava partes do corpo. A partir dali, as coreografias virariam regra no axé.
MÚSICAS FUNDAMENTAISFricote, de Luiz Caldas, inaugurou o gênero, mas quem o tornou comercialmente viável foi O Canto da Cidade, de Daniela Mercury. Na esteira, Sarajane cavou seu lugar com A Roda, enquanto Margareth Menezes inventou o samba-reggae com o sucesso Faraó. Um dos maiores grupos afro do Brasil, o Olodum é lembrado por Requebra. Ainda na seara das bandas, destacaram-se Chiclete com Banana (Cara Caramba Sou Camaleão), Banda Beijo (Beijo na Boca), Banda Eva (Levada Louca) e Bamdamel (Prefixo de Verão).O AXÉ HOJENos anos 2000, a crise da indústria musical freou o avanço da axé music. Com medo de investir em novos artistas, as gravadoras (e, consequentemente, as rádios) passaram a focar apenas em nomes confirmados – especialmente cantoras com apelo mais pop, como Ivete Sangalo e Claudia Leitte. Gregário por natureza, o gênero começou a absorver outros estilos, como pagode, reggae e samba, e aí vieram Psirico (do hit Lepo Lepo) e Parangolé (Rebolation). O reflexo dessas mudanças pode ser conferido em sua festa maior: no Carnaval de Salvador, há anos artistas sem nenhuma ligação com o axé original, como funkeiros e sertanejos, ocupam os trios elétricos.

Familiares dos 12 mortos no Cabula se desesperam no hospital

Fonte: iBahia
Eram 9h. O saguão do Hospital Roberto Santos estava tumultuado e, de repente, um grito ecoou. “Eu só queria saber se meu neto estava vivo ou morto e ninguém me deixa entrar!”. Era a costureira Maria Santos. “Pode me matar junto!”. O único neto dela, Natanael de Jesus Costa, 17, desapareceu na noite de quinta-feira, quando foi levar uma pizza na casa da namorada próximo ao campinho da Vila Moisés, na Estrada das Barreiras.

 

A informação que Maria recebeu dos vizinhos foi que o garoto estava entre as vítimas do tiroteio entre a Rondesp e um grupo armado. Após muito esperar e gritar, a costureira saiu do local para o IML, pois descobriu que o neto integrava o saldo de 12 mortos da ação policial.
Enquanto Maria gritava, outras tantas famílias se amontoavam na entrada da emergência do hospital. Evilásio da Conceição, que é operador de máquina na Codeba, chegou ao local às 8h30 com a certeza da morte do filho único, Elenilson Santana da Conceição, 22 anos.
“A última vez que o vi foi ontem à tarde. Ele pediu a bênção e disse que iria dormir na casa da namorada. De madrugada, recebi uma ligação avisando que alguém parecido com ele estava morto”. Mas depois de muita confusão até chegar ao posto policial do hospital, Evilásio descobriu que o filho estava vivo, mas havia sido baleado ( no final da tarde a unidade de saúde informou que seu estado é grave).
“Ele estava no lugar errado na hora errada. Meu filho não fazia parte de facção, é usuário”, desabafou Evilásio. Do lado de fora, os olhos das mais de 50 pessoas não abandonavam as portas de acesso à emergência. Um maqueiro abandonou seu posto para ajudar com informações.
Ele explicou à dona de casa Nivia Gomes das Virgens que reconhecimento de vítimas só seria feito no IML, já que o nome do filho dela não estava na lista dos sobreviventes internados. Tiago Gomes das Virgens, 19, já não morava com a mãe e, segundo ela, a distância só contribuiu para que o jovem mergulhasse no crime.
“Ele resolveu ir morar na casa da minha mãe, na Engomadeira, e, em seguida, decidiu largar a escola”, relatou Nivia. “Tiago começou a se envolver com o crime e, quando nós aconselhávamos, ele dizia: ‘um dia todo mundo tem que morrer’. Eu falava que a história dele não precisava ser essa”, comentou a dona de casa, revoltada.  
Uma enfermeira que trabalha no hospital há cinco anos afirmou que  nunca tinha visto um caso tão violento. “Já trabalhei no HGE, vi chacinas, mas 11 pessoas de uma só vez, é novo. O clima está muito pesado, é muito sofrimento”, afirmou.
Um dos sobreviventes, Arão de Paula Santos, 23, baleado na perna, recebeu alta e foi levado para depor. Segundo o diretor do DHPP, Jorge Figueiredo, Arão disse que estava no local só fumando maconha e não fazia parte do bando. Ainda segundo Figueiredo, Arão relatou que, ao ver os PMs chegarem, os bandidos gritaram “as puta tão descendo, vamos meter!”, e começaram a atirar. Arão está preso.

PM foi recebida a tiros por grupo de 30 homens. Durante o confronto no Cabula - Salvador/Ba

Fonte: iBahia
Uma troca de tiros no Cabula, em Salvador, deixou pelo menos 13 pessoas mortas e três feridas na madrugada desta sexta-feira (6). De acordo com a Central de Polícia, o tiroteio aconteceu por volta das 4h, na Estrada das Barreiras, entre um grupo com cerca de 30 homens e uma guarnição da Polícia de Rondas Especiais (Rondesp Central).
Segundo a Polícia Militar, a guarnição da Rondesp recebeu a informação de que o grupo planejava arrombar uma agência bancária na Estrada das Barreiras. A PM encontrou um veículo abandonado durante uma ronda na área, e ao investigar a denúncia, percebeu que cerca de 30 homens estavam escondidos em uma baixada.
 
A guarnição foi recebida a tiros, e um sargento da Rondesp foi atingido de raspão na cabeça. A PM revidou e feriu 16 homens durante o confronto. Eles foram socorridos para o Hospital Roberto Santos. Das vítimas, doze não resistiram aos ferimentos e morreram após dar entrada na instituição. Já nesta manhã, mais uma delas morreu. Entre elas estava um adolescente.
O sargento baleado durante a troca de tiros também foi socorrido, medicado e liberado ainda na manhã desta sexta-feira (6). Segundo a Polícia Civil, todas as vítimas eram do sexo masculino. As outras três pessoas feridas no tiroteio continuam internada na unidade médica. Dois passaram por cirurgia e estão em estado grave. O terceiro homem não corre risco de morrer.
De acordo com a PM, junto com os criminosos foram encontrados uma grande quantidade de drogas ilícitas e 16 armas, muitas de calibre restrito. O policiamento foi intensificado na Estrada das Barreiras para impedir retaliações ou ameaças à população do bairro.
A identidade dos envolvidos ainda não foi divulgada pela polícia. Os corpos das vítimas fatais serão encaminhados ao Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Salvador, onde deverão passar por perícia.
Caso similar aconteceu no dia 17 de janeiro; relembre
Há 21 dias, também na Estrada das Barreiras, dois homens morreram e um tenente da PM ficou ferido em outra troca de tiros no local. O confronto aconteceu na madrugada do dia 17 de janeiro, em uma localidade conhecida como Vila Moisés. 
Uma guarnição da Rondas Especiais (Rondesp/Central) realizava uma ronda no local quando suspeito da atitude de dois homens, que se esconderam ao ver a polícia. De acordo com a Polícia Militar, os policiais desceram da viatura e realizaram buscas no local.
Foi neste momento que eles encontraram um grupo de homens, que passou a atirar contra a PM. Um tenente da Rondesp foi baleado no pé direito, e durante o confronto, dois integrantes do grupo também foram baleados, enquanto os demais fugiram.
Tanto o tenente quanto os dois suspeitos foram socorridos para o Hospital Roberto Santos. Uma das vítimas foi identificada como Alexandre Leal, 22 anos. A dupla envolvida no tiroteio não resistiu aos ferimentos e morreu após dar entrada na instituição médica.
Já o militar foi transferido posteriormente para o Hospital São Rafael. O segundo rapaz que morreu após ser baleado no tiroteio ainda não foi identificado pelas polícias Civil e Militar.
Após a troca de tiros com o grupo, os policiais da Rondesp apreenderam duas armas - uma pistola Glock 9mm e um revólver de calibre 38. Também foram apreendidos 40 trouxas de maconha, cartuchos e cápsulas. A ocorrência foi registrada na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHP)), para onde o material apreendido também foi levado. 

Por que o Pai-Nosso é a oração FORTE?

Fonte: Google
O Catecismo da Igreja Católica, em sua parte final, faz uma longa meditação sobre o Pai-Nosso. Esta meditação se inicia com uma ousada reflexão de Santo Agostinho: "Percorrei todas as orações que se encontram nas Escrituras, e eu não creio que possais encontrar nelas algo que não esteja incluído na oração do Senhor." (2762) Assim, seria o Pai-Nosso o resumo de todas as orações possíveis ao cristão? Para responder a essa indagação ninguém melhor do que Santo Tomás de Aquino. Em sua Suma Teológica, II-II, q. 83, a. 9, ele apresenta a lógica do Pai-Nosso. O modo como ele foi pensado por Deus leva o homem a fazer um exame de consciência, analisando a própria vida de oração, se ela está realmente ordenada conforme o Senhor ensinou.
 
Os sete pedidos dos Pai-Nosso, normalmente são divididos em duas partes, na primeira suplica-se pelas coisas eternas e na segunda pelas coisas transitórias. Santo Tomás, porém, divide a oração do Senhor em três partes: a primeira, são os pedidos que realmente estão sendo feitos, a segunda, os meios para obtê-los, e a terceira, a retirada dos empecilhos.
"Pai Nosso que estais nos céus", é o vocativo e enche os corações de confiança em Deus. "Santificado seja o vosso nome", este é o primeiro pedido. Santificar significa dar glória, portanto, a finalidade de toda a criação é dar glória a Deus. O nome de Deus deve ser santificado por suas criaturas. Dar glória a Ele foi o desejo ardente de tantos santos e santas ao longo da história, contudo, Deus não quer somente que suas criaturas O amem sobre todas as coisas dando-Lhe glória. Ele quer que se amem também e que participem de Sua glória um dia no céu. Esta é a finalidade secundária. Assim, glória a Deus: santificado seja o vosso nome; glória aos homens: "venha a nós o vosso reino", o segundo pedido do Pai-Nosso, que um dia os homens sejam admitidos na glória do céu. Esta é a finalidade de toda a vida de oração.
A segunda parte trata dos meios. O primeiro meio é a obediência. É o meio mais direto que faz com que Deus seja agradado pelos atos e pela vida dos homens. É a terceira petição do Pai-Nosso: "seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu". A vontade de Deus já é feita no céu, portanto, que ela seja feita na terra também. Este é o veículo direto, mas existem também os meios instrumentais para se chegar lá. Quarto Pedido: "o pão nosso de cada dia nos dai hoje". Em primeiríssimo lugar, segundo a Tradição da Igreja, o pão é a Eucaristia. Nesta petição se concentra toda a Economia sacramental, tudo aquilo que Deus oferece aos homens na graça e no tempo da Igreja para que se acheguem a Ele e O obedeçam. Nesse mesmo pão encontra-se o pão material, aquele do dia a dia e também a saúde e as demais realidades materiais que se pode pedir a Deus. Observando que se deve pedir apenas o de cada dia, pois Deus quer que haja uma dependência filial.
A terceira parte do Pai-Nosso refere-se àquilo que impede a pessoa de se aproximar de Deus. A primeira realidade é o pecado e é a única que pode nos levar a condenação, portanto, "perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido". A segunda realidade é a tentação. Ela não pode ser evitada e faz parte dos desígnios de Deus. No entanto, Deus quer que o homem peça o Seu auxílio para não cair. "E não nos deixeis cair em tentação". Por fim, o último pedido: "Mas livrai-nos do mal." Este mal vai desde o demônio até as dificuldades mais banais do dia a dia. É correto pedir a Deus a libertação dos males que impedirão o homem de chegar ao céu.
Assim se vê que o Pai-Nosso é o compêndio de todo o Evangelho, como disse Tertuliano e, portanto, de toda a vida de oração. Por meio dele é possível fazer um exame de consciência e verificar se realmente a vida está sendo vivida conforme o Senhor ensinou.

02 de fevereiro - Dia de Iemanjá

Fonte: Google
Festa de Iemanjá. O culto à Rainha das Águas em Salvador da Bahia
A Festa de Iemanjá é a mais africana das festas baianas, é muito tênue o sicretismo com Nossa Sra da Piedade, ou Nossa Sra do Rosário, referências de outras épocas que não mais são consideradas. Festa de origem incerta, entretanto, em especial em relação à data de 02 de fevereiro cuja motivação para a escolha continua desconhecida. Hoje a festa é celebrada no Rio Vermelho, distante dos locais onde nasceu o culto original: Dique do Tororó, Amoreira em Itaparica e Itapagipe. Lá o Pai de Santo, Ataré, reunia os maiorais dos terreiros de Candomblé da Bahia para homenagear a Rainha das Águas. “presentes todos os país de terreiro que trajavam roupas de brim de linho branco e chapéu Chile, ostentavam relógio  e comprido correntão de ouro Pôrto”; assim descreveu Manoel Querino.
A Rainha das Águas não é apenas Iemanjá. Mas também Janaina, Princesa do Mar, Princesa do Aioká, Sereia do Mar, Oloxum, Dona Maria, Rainha do Mar, Sereia Mukumã, Inaê, Marabô, Dandalunda, dentre outras denominações que o cronista e Diretor dos Diários Asociados, Odorico Tavares, colheu na década de 60. Festa, em todo caso, que mantém o seu ritual original com as oferendas do povo e os pedidos à Iemanjá depositadas nos balaios, e no meio da tarde o cortejo pelo mar, tal vez não com a mesma solenidade de outrora, mas certamente com a mesma devoção.Na década de 50 quando foram produzidas as fotos de Americano de Costa que ilustram este post, jogos de capoeira, batucadas e rodas de samba constituiam o ponto alto da festa. E no mar o saveiro era a embarcação por excelência para levar as oferendas, a bordo gente do povo acompanhando e ritmando com as palmas da mão a percussão dos atabaques.

Iemanjá - Lenda, Mito e Sincretismo Religioso

Iemanjá (yemanjá), a Rainha do Mar, mãe de quase todos os orixás, é exaltada por negros e brancos. Iemanjá, possui vários nomes: sereia do mar, princesa do mar, rainha do mar, Inaé, Mucunã, Dandalunda, Janaína, Marabô, Princesa de Aiocá, Sereia, Maria, Dona Iemanjá; dependendo de cada região, mas sua origem vem da África. "A Iemanjá brasileira é resultado da miscigenação de elementos europeus, ameríndios e africanos".
"Afrodite brasileira", Iemanjá é a padroeira dos amores e muito solicitada em casos de desafetos, paixões conflituosas, desejos de vinganças, tudo pode ser conseguido caso ela consinta. Iemanjá exerce fascínio nos homens, sua beleza é o esteriótipo da beleza feminina: Longos cabelos negros, feições delicadas, corpo escultural e muito vaidosa.
 Têm poderes sobre todos aqueles que entram em seu domínio, o mar. Venerada e respeitada por pescadores e todos aqueles que vivem no mar, pois a vida dessas pessoas estão em suas mãos, segunda a lenda é ela quem decide o destino das pessoas que adentram seu império: enseadas, golfos e baías. Dona de poderes, a tranquilidade do mar ou as tempestades estão sob o seu domínio.
 No sincretismo religioso, Iemanja tem identidade correspondente a outros santos, como na igreja católica é Nossa Senhora de Candeias, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Piedade e a Virgem Maria.
Em cada lugar do Brasil Iemanjá é festejada, mas as datas diferem de um lugar para outro. No Rio de Janeiro seu culto é festejado no dia 31 de Dezembro, junto a passagem de ano, ondes os devotos oferecem oferendas: Velas, espelhos, pentes, flores, sabonetes e perfumes... na esperança de que ela leve todas as tristezas, problemas e aflições para o fundo do mar e traga dias melhores. Na Bahia sua data é comemorada no dia de Nossa Senhora das Candeias, 2 de fevereiro. Venerada nos Candomblés da Bahia, recebe muitas homenagens e oferendas.
 Iemanjá também é conhecida como deusa lunar, rege os ciclos da natureza que estão ligados a água e caracteriza a "Mudança", na qual toda mulher é submetida devido a influência dos ciclos da lua.Mãe de quase todos os órixas, é a deusa da compaixão, do perdão e do amor incondicional.
 Casada com Oxalá, Iemanjá é o arquétipo da maternidade. Outras vezes Iemanjá continua bela, mas pode apresentar-se como a Iara, metade mulher, metade peixe, as sereias dos candomblés do caboclo.
 MITOLOGIA

LENDA (Arthur Ramos)

Com o casamento de Obatalá, o Céu, com Odudua, a Terra, que se iniciam as peripécias dos deuses africanos. Dessa união nasceram Aganju, a Terra, e Iemanjá (yeye ma ajá = mãe cujos filhos são peixes), a Água. Como em outras antigas mitologias, a terra e a água se unem. Iemanjá desposa o seu irmão Aganju e tem um filho, Orungã.

Orungã, o Édipo africano, representante de um motivo universal, apaixona-se por sua mãe, que procura fugir de seus ímpetos arrebatados. Mas Orungã não pode renunciar àquela paixão insopitável. Aproveita-se, certo dia, da ausência de Aganju, o pai, e decide-se a violentar Iemanjá. Essa foge e põe-se a correr, perseguida por Orungã. Ia esse quase alcançá-la quando Iemanjá cai no chão, de costas e morre. Imediatamente seu corpo começa a dilatar-se. Dos enormes seios brotaram duas correntes de água que se reúnem mais adiante até formar um grande lago. E do ventre desmesurado, que se rompe, nascem os seguintes deuses: Dadá, deus dos vegetais; Xango, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olokum, deus do mar; Oloxá, deusa dos lagos; Oiá, deusa do rio Niger; Oxum, deusa do rio Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Orixá Okô, deusa da agricultura; Oxóssi, deus dos caçadores; Oké, deus dos montes; Ajê Xaluga, deus da riqueza; Xapanã (Shankpannã), deus da varíola; Orum, o Sol; Oxu, a Lua.

Os orixás que sobreviveram no Brasil foram: Obatalá (Oxalá), Iemanjá (por extensão, outras deusas-mães) e Xango (por extensão, os outros orixás fálicos). Com Iemanjá, vieram mais dois orixás yorubanos, Oxum e Anamburucu (Nanamburucu). Em nosso país houve uma forte confluência mítica: com as Deusas-Mães, sereias do paganismo supérstite europeu, as Nossas Senhoras católicas, as iaras ameríndias. A Lenda tem um simbolismo muito significativo, contando-nos que da reunião de Obatalá e Odudua (fundaram o Aiê, o "mundo em forma"), surgiu uma poderosa energia, ligada desde o princípio ao elemento líquido. Esse Poder ficou conhecido pelo nome de Iemanjá.

Durante os milhões de anos que se seguiram, antigas e novas divindades foram unindo-se à famosa Orixá das águas, como foi o caso de Omolu, que era filho de Nanã, mas foi criado por Iemanjá.Antes disso, Iemanjá dedicava-se à criação de peixes e ornamentos aquáticos, vivendo em um rio que levava seu nome e banhava as terras da nação de Egbá.Quando convocada pelos soberanos, Iemanjá foi até o rio Ogun e de lá partiu para o centro de Aiê para receber seu emblema de autoridade: o abebé (leque prateado em forma de peixe com o cabo a partir da cauda), uma insígnia real que lhe conferiu amplo poder de atuar sobre todos os rios, mares, e oceanos e também dos leitos onde as massas de águas se assentam e se acomodam.

Obatalá e Odudua, seus pais, estavam presentes no cerimonial e orgulhosos pela força e vigor da filha, ofereceram para a nova Majestade das Águas, uma jóia de significativo valor: a Lua, um corpo celeste de existência solitária que buscava companhia. Agradecida aos pais, Iemanjá nunca mais retirou de seu dedo mínimo o mágico e resplandecente adorno de quatro faces. A Lua, por sua vez, adorou a companhia real, mas continuou seu caminho, ora crescente, ora minguante..., mas sempre cheia de amor para ofertar.A bondosa mãe Iemanjá, adorava dar presentes e ofereceu para Oiá o rio Níger com sua embocadura de nove vertentes; para Oxum, dona das minas de ouro, deu o rio Oxum; para Ogum o direito de fazer encantamentos em todas as praias, rios e lagos, apelidando-o de Ogum-Beira-mar, Ogum-Sete-ondas entre outros.Muitos foram os lagos e rios presenteados pela mãe Iemanjá a seus filhos, mas quanto mais ofertava, mais recebia de volta. Aqui se subtrai o ensinamento de que "é dando que se recebe". Fonte: Deusa Iemanjá