Fonte: G1
A microcefalia é uma doença em que a cabeça e o cérebro das crianças são
menores que o normal para a sua idade, influenciando o seu
desenvolvimento mental.a microcefalia está presente quando o tamanho da cabeça de uma criança
com um ano e três meses é menor que 42 centímetros. Isto ocorre porque
os ossos da cabeça, que ao nascimento estão separados, se unem muito
cedo, impedindo que o cérebro cresça normalmente.A doença é grave, que não tem cura, e a criança que a
possui pode precisar de cuidados por toda a vida, sendo dependente para
comer, se mover e fazer suas necessidades, dependendo da gravidade da
microcefalia que possui e se ela possui outras síndromes além da
microcefalia.
Consequências da microcefalia
As crianças com microcefalia podem ter graves consequências como:
- Atraso mental;
- Déficit intelectual;
- Paralisia;
- Convulsões;
- Epilepsia;
- Autismo;
- Rigidez dos músculos.
Apesar
de não haver tratamento específico para a microcefalia, podem ser
tomadas algumas medidas para reduzir os sintomas da doença. Normalmente a
criança precisa de fisioterapia por toda a vida para se desenvolver
melhor, prevenindo complicações respiratórias e até mesmo úlceras que
podem surgir por ficarem muito tempo acamadas ou numa cadeira de rodas.
Todas estas alterações podem acontecer porque o cérebro precisa de
espaço para que possa atingir o seu desenvolvimento máximo, mas como o
crânio não permite o crescimento do cérebro, suas funções ficam
comprometidas, afetando todo o corpo.
A microcefalia pode ser
classificada como sendo primária quando os ossos do crânio se fecham
durante a gestação, até os 7 meses de gravidez, o que ocasiona mais
complicações durante a vida, ou secundária, quando os ossos se fecham na
fase final da gravidez ou após o nascimento do bebê.
O que pode causar microcefalia?
As causas da microcefalia
podem incluir doenças genéticas ou infecciosas, exposição a substâncias
tóxicas ou desnutrição. Algumas situações que podem provocar
microcefalia podem ser:
- Consumo de cigarro, álcool ou drogas como cocaína e heroína durante a gravidez;
- Síndrome de Rett;
- Envenenamento por mercúrio ou cobre;
- Meningite;
- Desnutrição;
- HIV materno;
- Doenças metabólicas na mãe como fenilcetonúria;
- Exposição à radiação durante a gestação;
- Uso de medicamentos contra epilepsia, hepatite ou câncer, nos primeiros 3 meses de gravidez.
- Infecções como rubéola, citomegalovírus e toxoplasmose durante a
gravidez também aumentam o risco do bebê ter microcefalia. Além destas,
existe suspeita de que doenças como dengue, Zika vírus ou febre chikungunya durante a gestação também estejam ligadas à microcefalia.
A microcefalia também pode ser genética e acontece em crianças que possuem outras doenças como Síndrome de West, Síndrome de Down e Síndrome de Edwards, por exemplo. Por isso, a criança com microcefalia que também possui uma outra síndrome pode ter outras características físicas, incapacidades e ainda mais complicações do que as crianças que possuem somente microcefalia.
Diagnóstico da microcefalia
O diagnóstico da microcefalia pode ser feito durante a gestação, com os exames do pré-natal, e pode ser confirmado logo após o parto através da medição do tamanho da cabeça do bebê. Exames como tomografia computadorizada ou ressonância magnética cerebral também ajudam a medir a gravidade da microcefalia e quais serão suas possíveis consequências para o desenvolvimento do bebê.
Microcefalia tem cura?
A microcefalia não tem cura porque o fator que impede o desenvolvimento cerebral, que é a união precoce dos ossos que forma o crânio, não pode ser retirado. Se esta união precoce dos ossos acontecer ainda durante a gestação, as consequências podem ser mais graves porque o cérebro pouco se desenvolve, mas existem casos em que a união destes ossos ocorre no final da gestação ou após o nascimento, e neste caso a criança pode ter consequências menos graves.
Tratamento para microcefalia
O tratamento da microcefalia não cura a doença, porém ajuda a reduzir as consequências no desenvolvimento mental da criança.
Uma das possibilidade de tratamento é fazer uma cirurgia para separar ligeiramente os ossos do crânio, nos 2 primeiros meses de vida, para evitar a compressão do cérebro que impede seu crescimento. Quando além da microcefalia a criança possui hidrocefalia, que é a presença de líquido dentro do cérebro, também existe a possibilidade de colocar um dreno para controlar esse líquido. Entenda o que é hidrocefalia.
Além disso, pode ser necessário usar medicamentos que ajudam o dia a dia da criança, que atuam diminuindo os espasmos musculares e melhoram a tensão dos músculos. A fisioterapia é indicada e pode ajudar no desenvolvimento físico e mental e por isso quanto mais estímulo dentro da fisioterapia a criança tiver, melhores serão os resultados. Assim, é recomendado fazer o maior número de sessões de fisioterapia por semana.
O médico que acompanha os portadores de microcefalia são o pediatra e o neurologista, mas outros profissionais da saúde também são necessários como psicólogo, dentista, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo.