Fonte Exame
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Trabalho voluntário, hobbys e uma pitada de criatividade devem entrar na
estratégia para conseguir um emprego no promissor mercado de empresas
nascentes do país.
Para encarar a rotina alucinante de trabalho em uma startup vale mais a atitude do que uma porção de nomes de peso no currículo. Isso significa que, na prática, essa principal ferramenta para atrair a atenção do recrutador cai para segundo plano.
Isso não significa, contudo, que a ideia de currículo foi de toda abolida do contexto das startups. “Depois do networking e
da apresentação, o currículo é o jeito para você mostrar que tem uma
boa base”, diz Emilio Pueschmann, sócio da startup Internet24.
Mas é preciso um cuidado especial na hora de elaborá-lo. Currículo para
startup não necessariamente deve ter a mesma lógica do CV que você
envia para uma grande empresa.
Pensando nisso, EXAME.com consultou recrutadores de startups já
consolidadas no Brasil para saber quais as características de um
currículo – ou outros meios possíveis – que os deixam encantados com um
possível candidato.
1. Mostrar o Zuckerberg (ou a Madre Teresa) que há em você
Na hora de recrutar, os sócios de uma startup tem olhos,
principalmente, para um ponto: o quanto de espírito empreendedor o
candidato em questão nutre dentro de si.
Esse, digamos, sentimento tem que estar claro desde as mais óbvias
escolhas de informações que vão parar no currículo. “Ter experiência em
desenvolvimento de novos negócios, mesmo que seja em grandes empresas,
já é um sinal desse perfil empreendedor, de pessoas que topam começar
alguma coisa do zero”, diz Maria Fernanda Ortega, diretora de RH do
Peixe Urbano.
“Não adianta só colocar onde você trabalho. Os resultados alcançados são evidências desse perfil”, diz Pueschmann.
Mas não é só isso. Segundo a especialista, ganha pontos aquele
candidato que já teve experiência em trabalho voluntário. “Geralmente,
nesse tipo de atividade é possível exercitar as características
necessárias para trabalhar em uma startup. Mostra que você acredita num
projeto e vai atrás dele”, diz.
2. Meu codinome não é só trabalho
Nesse sentido, conta muito também mostrar o quanto plural seu repertório
é. Ou seja, paixão pela área do negócio em questão conta muitíssimo.
Mas ela não deve ser a única. “Valorizamos pessoas que tenham interesses
diversos”, diz Maria Fernanda. “Geralmente, são essas pessoas que
pensam fora da caixa”.
Dessa forma, vale incluir hobbys, viagens e até cursos que tenham pouca relação com os negócios em questão.
3. Além do currículo
Quem trabalha em startup vive num ritmo quase na velocidade da luz. Para
cativar a atenção de quem atua nesse contexto é preciso suar muito a
camisa – literalmente.
Segundo Edney Souza, vice-presidente de publishers da Boo-box, é
essencial que o candidato mostre ação – já no primeiro contato com a
empresa nascente. “Se você vai trabalhar em uma startup precisa realizar
coisas”, diz. Então, nada mais justo do que, junto ao currículo, enviar
materiais que comprovem a lista de atributos que você lista ali.
Com isso, links para portfólio e perfis nas redes sociais são
indispensáveis. Ele até pode ter passado por boas empresas, mas não ter
construído bons relacionamentos. Um link para o perfil dele no Facebook
pode apontar isso”, diz Souza.
Dependendo do cargo e negócio em questão, vale também enviar uma carta
de apresentação. Em outros casos, entrar em contato com os integrantes
da startup de maneira inteligente pode ser uma ótima estratégia.
Em outros termos, a dica é fisgar o recrutador da startup com
estratégias que provem que você é a pessoa mais adequada para aquela
função e, como consequência, para o crescimento do negócio. “Nosso
negócio é redes sociais, se o cara faz um comentário inteligente, eu não
vou mandar o contato do RH, vou mandar meu próprio e-mail para ele”,
diz Souza.
4 Menos é mais
Mas não pense que esses métodos para atrair os olhares do recrutador
limam uma das regras de ouro do bom currículo. Objetividade e concisão
seguem como itens essenciais no “documento”.
Dependendo do estágio da startup, os recrutadores recebem centenas de
currículos, fugir dessa regra pode até atrapalhar voce no processo de
seleção. “É muito importante que a informação seja clara”, diz Maria
Fernanda.
“Se o curriculo é muito criativo ou bonito, a gente não liga. O
importante é o conteúdo, o que a pessoa fez, o que ela escolheu”, diz
Pueschmann. É claro, contudo, que para algumas áreas há exceções. Mesmo
nessas, contudo, a clareza das informações deve ser um valor.
5. QI
No restrito (porém, crescente) mundo das startups, networking conta. E
muito. Então, se a meta é crescer junto com uma nova empresa, não deixe
de frequentar eventos voltados para esse público. É isso que pode fazer a
diferença na hora de provar, com seu curriculo, o quanto você será bom
para o negócio.