Fonte Ibahia
O título de Patrimônio Imaterial do Brasil à
Festa do Senhor do Bonfim foi entregue na manhã desta quarta-feira (15)
pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, e pela presidente do Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado.
A cerimônia foi realizada na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador, e contou com a presença de autoridades e fiéis. O título de patrimônio imaterial foi recebido pelo governador da Bahia,
Jaques Wagner, o prefeito de Salvador, ACM Neto, o arcebispo de
Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, o superintendente do
Iphan na Bahia, Carlos Amorim, e a juiz da secular Irmandade do Nosso
Senhor do Bonfim e Nossa Senhora da Guia, Arthur Napoleão.
Agora como bem protegido, a festa passa a ser periodicamente acompanhada
pelos técnicos do Iphan e terão os seus elementos constitutivos
monitorados.
Antes da cerimônia, a ministra Marta Suplicy ressaltou a importância do
reconhecimento não somente para a Bahia, mas para todo Brasil. "Hoje é
um dia muito importante para a Bahia e para todos nós brasileiros porque
a festa do Bonfim é um símbolo para todo Brasil e para o mundo hoje. É
uma enorme felicidade estar aqui hoje e poder estar assinando a festa do
Bonfim como patrimônio imaterial", destacou.
Além da Festa do Senhor do Bonfim, o ofício das baianas de acarajé, a
capoeira e o samba de roda do Recôncavo Baiano também são bens
protegidos. O governador Jaques Wagner lembrou dos outros títulos e
destacou a importância deles para a preservação da memória do estado.
"Na verdade, a gente está tendo um processo de valorização. É uma festa
que é a mais tradicional como festa profana religiosa na Bahia.
Atravessa a Bahia, o Brasil e o mundo. Muitos turistas vêm aqui, de
todos os lugares. Eu creio que o patrimônio imaterial consagrado pelo
Iphan coloca toda essa fé do povo baiano no lugar merecido. A capoeira
também já é reconhecida, as baianas do acarajé. Agora cabe a nós,
governo federal, estadual e municipal, valorizar essa tradição do povo
baiano, para que a gente possa atrair pessoas de fora do Brasil para
conhecer um pouco da nossa história", afirma o governador.
Critério para escolha
A ministra Marta Suplicy acredita que a importância histórica da festa foi um dos critérios utilizados para a escolha dela como patrimônio imaterial. "São os critérios que o Iphan utiliza de importância histórica e o Bonfim tem essa importância, pela sua idade, pela manifestação de séculos, pelas lutas que foram vividas e vencidas e por ser um lugar de não discriminação absoluta. É uma espaço de convivência de fé, amor e respeito de uns aos outros. É algo muito bonito. E principalmente é uma manifestação do povo baiano".
A ministra Marta Suplicy acredita que a importância histórica da festa foi um dos critérios utilizados para a escolha dela como patrimônio imaterial. "São os critérios que o Iphan utiliza de importância histórica e o Bonfim tem essa importância, pela sua idade, pela manifestação de séculos, pelas lutas que foram vividas e vencidas e por ser um lugar de não discriminação absoluta. É uma espaço de convivência de fé, amor e respeito de uns aos outros. É algo muito bonito. E principalmente é uma manifestação do povo baiano".
Jurema Machado, presidente do Iphan, explicou o significado do título de
patrimônio imaterial. "Tem esse sentido de continuidade, de transmissão
de geração para geração. Ou seja, uma transmissão não formal, não é
aquela que está na escola, que é obrigatória, mas se faz pela iniciativa
e vitalidade da própria comunidade que a detém. Todas essas
características são consideradas. O imaterial, diferente do material, do
físico, ele admite essa transformação. Ou seja, ao longo do tempo, a
festa teve os seus ajustes de acordo com as modificações do tempo e modo
de vida das pessoas. E é justamente essa capacidade de se renovar, de
se recriar, de se reapresentar, mas mantendo a essência, que dá essa
característica tão excepcional de patrimônio do país", conta.
História
De acordo com o Iphan, a festa do Bonfim é realizada desde 1745 sem interrupção, unindo o catolicismo com a tradição afro-brasileira. Historiadores apontam que o início dos festejos foi na Idade Média, a partir da devoção ao Senhor Bom Jesus, o Cristo Crucificado.
De acordo com o Iphan, a festa do Bonfim é realizada desde 1745 sem interrupção, unindo o catolicismo com a tradição afro-brasileira. Historiadores apontam que o início dos festejos foi na Idade Média, a partir da devoção ao Senhor Bom Jesus, o Cristo Crucificado.
A celebração faz parte do calendário litúrgico e das festas de largo da
capital baiana, que se mesclam com atividades profanas e culturais. Ela
começa um dia após o Santos Reis e se encerra no segundo domingo depois
da Epifania, que é o Dia do Senhor do Bonfim.
O final do cortejo, iniciado na Igreja da Conceição da Praia, no
Comércio, ocorre na própria Igreja do Senhor do Bonfim, cenário em que é
realizada a lavagem das escadarias, na Colina Sagrada. A basílica foi
erguida no século 18 e é tombado pelo Iphan desde 1938, registrado no
Livro de Belas Artes.