Responsável pela
incorporação definitiva do negro à literatura brasileira, Castro Alves viveu
intensamente. Morreu jovem, mas a tempo de transformar o coração machucado em
criação lírica e ocupar lugar importante na literatura brasileira.
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Nascido em 14 de
março de 1847, na Bahia, aos treze anos, presencia cena que o marcaria: um escravo
castigado no tronco. Em 1862, parte com o irmão para o Recife, a fim de cursar
Direito. Antônio sai, José fica trancado em casa lendo, fumando e bebendo conhaque.
Deprimido, suicida-se em fevereiro de 1864.
Reprovado
duas vezes, Castro Alves frequenta teatros e, num deles, encontra sua maior
paixão: a atriz Eugênia Câmara. Ele está com 16 anos, ela 26. Eugênia cede aos
encantos do poeta. Vão morar juntos e ele escreve a peça Gonzaga, ou A
Revolução de Minas. Ao lado da luta pela Independência, coloca o que mais lhe
interessa: a abolição da escravatura. Em 1867, Gonzaga estreia com êxito em
Salvador. Ele sofre de ciúmes ao ver Eugênia cercada por admiradores. Cansada dos ciúmes, ela o dispensa. É o fim
do romance.
07
de setembro de 1868. Diante da aristocracia paulistana, o poeta declama O Navio
Negreiro, em que se dirige ao pavilhão brasileiro hasteado pelos traficantes de
escravos em seus navios: Antes te
houvessem roto na batalha/Que servires a um povo de mortalha! (...) Andrada!
Arranca esse pendão dos ares!...
Os
colegas carregam Castro Alves pelas ruas. O Gonzaga repete o êxito de Salvador.
Em 11 de novembro de 1868, sai para caçar nas matas do futuro bairro do Brás.
Ao saltar um riacho, a espingarda dispara e lhe atinge o calcanhar. O ferimento
à-toa piora devido à tuberculose.
Os
médicos o transferem para o Rio e, lá, amputam-lhe o pé. Convalesce escrevendo
e ruma para a Bahia. Organiza Espumas
Flutuantes. No fim de junho de 1871, piora. Pede que ponham a cama perto da
janela, para ver o sol. Delira. Num momento de lucidez, ora:
"Dai-me, meu Deus, mais dois anos
para escrever tudo o que eu tenho na cabeça."
Que pena, não deu tempo. Morreu em 06 de julho de 1871.
Que pena, não deu tempo. Morreu em 06 de julho de 1871.