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A arte de Alfredo Volpi...

Fonte Wikipedia
Alfredo Volpi (Lucca, 14 de abril de 1896 — São Paulo, 28 de maio de 1988) foi um pintor ítalo-brasileiro considerado pela crítica como um dos artistas mais importantes da segunda geração do modernismo. Uma das características de suas obras são as bandeirinhas e os casarios.

 Imagem Google

História
Autodidata, começou a pintar em 1911, executando murais decorativos. Em seguida, trabalhou com óleo sobre madeira, consagrando-se como mestre utilizador de têmpera sobre tela.
Grande colorista, explorou através das formas, composições magníficas, de grande impacto visual. Em conjunto com Arcangelo Ianelli e Aldir Mendes de Sousa formou uma tríade de exímios coloristas, foco de livro denominado 3 Coloristas, escrito por Alberto Beuttenmüller (Ed. IOB, julho de 1989).
Trabalhou também como pintor decorador em residências da sociedade paulista da época, executando trabalho de decoração artística em paredes e murais junto com Antonio Ponce Paz, pintor e escultor espanhol que logo virou um grande amigo de Volpi.
Realizou a primeira exposição individual aos 47 anos de idade, expondo no Salão de Maio e na 1ª. Exposição da Família Artística Paulista, no ano de 1938 na cidade de São Paulo.
Na década de 1950 evoluiu para o abstracionismo geométrico, de que é exemplo a série de bandeiras e mastros de festas juninas. Recebeu o prêmio de melhor pintor nacional na segunda Bienal de São Paulo, em 1953. Participou da primeira Exposição de Arte Concreta, em 1956.
Não pertenceu oficialmente ao Grupo Santa Helena, porém sempre ia visitar seus amigos que oficialmente participavam como Mario Zanini e Francisco Rebolo, situado na Praça da Sé, em São Paulo. Faziam parte do Grupo Santa Helena os seguintes pintores: Aldo Bonadei, Clóvis Graciano, Fúlvio Penacchi e Ernesto de Fiori que teve grande influência no trabalho de Volpi.
Em 1927, Volpi conheceu o seu grande amor, uma garçonete chamada Benedita da Conceição, apelidada de Judith, com quem teve uma única filha Eugênia. É quase certo que Judith tenha sido sua modelo para o quadro Mulata (1927). Volpi teve outros três filhos, havendo disputa entre os herdeiros, inclusive com a destituição de Eugênia da função de inventariante, pois a mesma administrava o espólio como se fosse a única herdeira.
Em 14 de abril de 2013, Volpi foi homenageado com um Doodle na home do Google Brasil.


166 anos do nascimento de Castro Alves

Fonte Almanaque Brasil


Responsável pela incorporação definitiva do negro à literatura brasileira, Castro Alves viveu intensamente. Morreu jovem, mas a tempo de transformar o coração machucado em criação lírica e ocupar lugar importante na literatura brasileira.
 
Imagem Google
  Nascido em 14 de março de 1847, na Bahia, aos treze anos, presencia cena que o marcaria: um escravo castigado no tronco. Em 1862, parte com o irmão para o Recife, a fim de cursar Direito. Antônio sai, José fica trancado em casa lendo, fumando e bebendo conhaque. Deprimido, suicida-se em fevereiro de 1864.
Reprovado duas vezes, Castro Alves frequenta teatros e, num deles, encontra sua maior paixão: a atriz Eugênia Câmara. Ele está com 16 anos, ela 26. Eugênia cede aos encantos do poeta. Vão morar juntos e ele escreve a peça Gonzaga, ou A Revolução de Minas. Ao lado da luta pela Independência, coloca o que mais lhe interessa: a abolição da escravatura. Em 1867, Gonzaga estreia com êxito em Salvador. Ele sofre de ciúmes ao ver Eugênia cercada por admiradores. Cansada dos ciúmes, ela o dispensa. É o fim do romance.
07 de setembro de 1868. Diante da aristocracia paulistana, o poeta declama O Navio Negreiro, em que se dirige ao pavilhão brasileiro hasteado pelos traficantes de escravos em seus navios: Antes te houvessem roto na batalha/Que servires a um povo de mortalha! (...) Andrada! Arranca esse pendão dos ares!...
Os colegas carregam Castro Alves pelas ruas. O Gonzaga repete o êxito de Salvador. Em 11 de novembro de 1868, sai para caçar nas matas do futuro bairro do Brás. Ao saltar um riacho, a espingarda dispara e lhe atinge o calcanhar. O ferimento à-toa piora devido à tuberculose.
Os médicos o transferem para o Rio e, lá, amputam-lhe o pé. Convalesce escrevendo e ruma para a Bahia. Organiza Espumas Flutuantes. No fim de junho de 1871, piora. Pede que ponham a cama perto da janela, para ver o sol. Delira. Num momento de lucidez, ora:
"Dai-me, meu Deus, mais dois anos para escrever tudo o que eu tenho na cabeça."
Que pena, não deu tempo. Morreu em 06 de julho de 1871.

A incrível história do tesouro escondido na Fonte Nova - Salvador/Ba

Fonte iBahia - Texto Nelson Cadena

Os baianos da década de 20 perdiam o sono imaginando um jeito de encontrar os supostos tesouros escondidos nos subterrâneos da Bahia, ora objeto de reportagens na mídia baiana, entre opiniões  de avalizados historiadores que confirmavam a real existência desses túneis, cavados na rocha, mas divergiam quanto a sua finalidade.
Eruditos defendiam a tese de serem apenas galerias pluviais, mas outros aguçavam a imaginação dos soteropolitanos com alusões a eventuais escavações feitas por religiosos, ou famílias abastadas, no intuito de proteger seu patrimônio, durante a invasão holandesa de 1.624/25 ou para se precaver de outras investidas de corsários que durante dois séculos espreitaram as costas da Bahia.
Um desses supostos tesouros, escondido na Fonte Nova, que seria uma arca de ferro, ou bronze (segundo a versão) e madeira contendo ouro, prata e jóias de valor inestimado, despertou a cobiça de alguns aventureiros que na região fizeram escavações e perderam noites na busca da fortuna, na esperança de garantir uma vida de opulência.
Segundo a lenda o tesouro da Fonte Nova estaria enterrado nas proximidades do nascedouro da fonte que lhe deu o nome, entre a Ladeira dos Galés e a rua que hoje dá acesso ao estádio, hoje Arena, antiga Ladeira Fonte das Pedras, mais conhecida como Ladeira da Fonte Nova. Lembrando que a nascente de água  estaria localizada no sopé da colina das Pitangueiras.
Foi um estudante da Escola Politêcnica o primeiro a se aventurar naqueles subterrâneos, no ano de 1907, à frente de um grupo de rapazes que se deparou com uma arca de ferro e madeira “coberta de espesa crosta de poeira”, sem poder remove-la por estar parcialmente enterrada. Anos depois, em 1912, Juvencio Alexandrino Mattos contou a saga de um cidadão chamado Capitão Irineu que teria visto a arca com o suposto tesouro nas suas escavações e detalhou como de bronze e madeira, sem mais nada a informar. Outros aventureiros andaram pelo bueiro, a atividade sendo intensificada após reportagem sobre o assunto publicada em A Tarde na sua edição de 22 de julho de 1915.
Muitas lendas e histórias correram entre a década de 20 e 30 em torno do tesouro da Fonte Nova. Uma delas dizia do possível proprietário da suposta arca que teria sido um cidadão opulento chamado Manuel de Castro Neves que comprara as terras no entorno da Fonte Nova, antes pertencentes a Joaquim José de Oliveira, senhor do Solar das Pitangueiras. A descoberta de um crucifixo de ouro noticiada pela A Tarde em 1928, no entorno da Fonte Nova, só fez aguçar a curiosidade e alimentar a lenda. O Governo teria agido proibindo escavações.
Volta e meia noticias de desmoronamentos nas galerias e de descobertas de poços subterrâneos na região, indicavam atividade intensa de aventureiros no local. O fato é que o tesouro da Fonte Nova nunca foi encontrado e se alguem de fato achou e tirou da terra a suposta arca não contou para ninguem. Em 1950, quando começou a ser construido o estádio pelo Governador Otavio Mangabeira, operarios retiraram toneladas de terra nas imediações. Plantaram estacas de concreto e ferro. E se ainda havia algum tesouro ficou alí para sempre.

O Primeiro navio que atracou no Porto de Salvador - Canavieiras

Fonte iBahia - Texto Nelson Cadena

Em 17 de julho de 1911 atracou no novo Porto de Salvador, ainda em construção, o vapor Canavieiras, motivo de grande festa para os soteropolitanos que compareceram ao cais, como revela a foto de época, para prestigiar essa viagem inaugural que já sinalizava que as obras em andamento no bairro comercial de fato teriam continuidade. Na data foi inaugurado a primeira etapa das obras iniciadas em 12/11/1906.
É que a população de Salvador, como a classe empresarial, tinha motivos para duvidar do cumprimento dos planos de construção do Porto com seus armazens, guindastes, linhas férreas e obras de dragagem e construção dos dois quebra-mares conforme o projeto da Companhia Cessionária das Docas do Porto da Bahia, cuja planta original pode ser apreciada neste post. E que incluia por compromisso e termo aditivo do contrato a relocar e construir um novo edifício para o mercado público e ainda um prédio novo para os Correios e Telégrafos.
A construção do Porto de Salvador gerava inquietação nos baianos. Era projeto antigo, ainda do tempo do império, sucessivamente adiado, após tratos e destratos com concessionários, o Governo atrapalhando mais do que ajudando, ainda que com algumas obras de infraestrutura executadas nesses mais de 50 anos (1871-1906) de idas e vindas. Uma odiseia que começou com a concessão dada à Bahia Docks Company Limited constituída em Londres e que tinha o Visconde de Mauá como Diretor-Presidente e terminou com o contrato aqui referido.
Doia anos depois da atracação do Canavieiras, em 13 de maio, data natalicia de Dom João VI, na sua homenagem e como referência da abertura dos portos às nações amigas, o novo Porto de Salvador foi oficialmente inaugurado.
Inaugurava-se mais uma etapa do Porto, cujas obras teriam continuidade ao longo da década de 10 e ainda na década seguinte com mais uma revisão do contrato e plano de obras realizado em 20/03/1920. Previa novas dragagens, conclusão da muralha do cais, serviços de iluminação e mais 6 guindastes para carga e descarga. Uma claúsula previa adiamento de outras obras “para serem executadas à medida das necessidades”.


A lenda de Sumé

Fonte iBahia - Texto Nelson Cadena

Os índios da Bahia contavam a história do Deus branco que eles denominavam de Sumé e que teria andado pelo mar, ás aguas se abrindo para dar passagem e escapar das flechadas, e que teria deixado rastos de sua existência. Na verdade, pegadas firmes nas rochas das praias de São Tomé de Paripe e também de Itapoan, mais ou menos no trecho que a foto de Americano da Costa (1951) revela. Uma lenda fascinante que o Padre Nobrega ouviu dos Tupinambás e repassou para seus superiores em carta escrita em 15 de abril de 1549.
Sumé era como os índios se referiam ao Deus branco que Nobrega identificou como o apóstolo São Tomé, cuja suposta andança pelas Américas, originou lendas afins no Peru (Viracocha), Colombia (Bochica), Cuba (Zumi), Costa Rica (Zamia), Mexico (Cucucan entre os Maias e Quetzalcocte entre os Aztecas). Nobrega conferiu pessoalmente a rocha em Itapoan que os índios revelaram trazia gravadas como num molde as pegadas do santo e que originou um culto que sobreviveu até meados da década de 50 no século XX, no lugar onde foi erigida uma palhoça  e uma cruz.
Os Tupinambas também mostraram as pegadas do santo numa rocha na praia de Paripe que recebeu o nome de São Tomé, justamente em função da lenda indigena e do culto que dela se originou, com romaria que existiu até quando uma rodovia passou por cima do local nos anos 20. Foi outro jesuita, Simão de Vasconcelos quem testemunhou e relatou as impresões de um pé humano, atribuídos a Sumé, ou São Tomé, na pedra de Paripe.
São inúmeros os testemunhos (Nobrega, Simão de Vasconcelos, Gabriel Soares, Francisco Pires) sobre o assunto, inclusive objeto de reportagens e fotos publicadas nos jornais em 1916, e muitas as dúvidas sobre as supostas pegadas do santo. O que me fascina nessa história é a imagem do Deus branco andando sobre as águas e elas se abrindo na sua passagem, que nem no episódio bíblico de Moises na busca de terra prometida. Também, o sincretismo evidente entre as lendas indigenas e os mitos, ou episódios que originaram os relatos do antigo testamento.
Infelizmente as lendas de Sumé, ou São Thomé não deixaram um legado para os baianos. Se fosse em outro país os locais onde as pegadas foram descobertas estariam hoje preservados, sinalizados, representados, abertos à visitação dos turistas e dos próprios baianos que assim teriam uma maior auto-estima pela sua terra e uma melhor compreensão de suas origens.